Por que Banco do Brasil (BBAS3) aprofundou queda para 3,5% nesta quarta?
A ação do Banco do Brasil (BBAS3) começou o dia estável, mas a aprofundou queda para 3% por volta das 11h. Às 15h, o papel tinha desvalorização de 3,58%, a R$ 22,63.
Mais tarde, depois do fechamento do mercado, o banco divulgará o seu resultado do terceiro. A expectativa é grande, já que o BB passa por momento desafiador na bolsa, com queda do lucro e rentabilidade.
O lucro, que já chegou a R$ 9 bilhões, desabou para R$ 4 bi. Para a terceira etapa do ano, é esperado outro resultado ruim, que pode ser, inclusive, o pior do ano.
Dados do Banco Central indicam que o BB registrou lucro de R$ 825 milhões em agosto (contra R$ 780 milhões em julho), o que implica em R$ 2,4 bilhões para o trimestre.
Considerandos itens não recorrentes de R$ 700 milhões, geralmente vinculados a planos econômicos, o JPMorgan calcula lucro de R$ 3,1 bilhões, o que seria o pior trimestre do ano.
Segundo Flavio Conde, da Levante, o lucro líquido pode vir abaixo do esperado, em torno de R$ 2,5 bi, ao invés dos R$ 3,2 bi da média dos analistas.
Isso poderia pressionar ainda mais as projeções do banco. A expectativa é de lucro líquido ajustado entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões em 2025.
“Parece que o guidance do BB está bem otimista e não condizente com o cenário”, destaca um analista.
Na bolsa, os papéis do BB subiram bem também. No último mês, a alta é de mais de 8%, o que poderia abrir espaço para possíveis realizações, caso os números sejam ainda piores que o esperado.
“Tem um ponto importante sobre pequenas e médias empresas que estão aumentando a inadimplência e já vimos isso em resultado de outros bancos”, completa.
Inadimplência do agro sobe
Outra notícia ruim para o BB é a piora dos números do agronegócio.
O índice de inadimplência do produtor rural do Brasil subiu para 8,1% no segundo trimestre, alta de 0,3 ponto percentual em relação ao período de janeiro a março e avanço de 1,1 ponto percentual na comparação anual, informou a Serasa Experian nesta quarta-feira (12).
Segundo o levantamento, a maior parte da inadimplência é com o setor financeiro.
O Banco do Brasil, principal credor do agronegócio, afirmou anteriormente que a inadimplência estava resiliente ao comentar os resultados do segundo trimestre.