Como Bolsonaro ajudou a derrubar o dólar nesta terça
Mesmo fora da presidência, Jair Bolsonaro ajudou a derrubar o dólar nesta terça-feira. Tudo porque o ex-presidente, preso por tentativa de golpe de Estado, cancelou uma entrevista prevista para o início da tarde por questões de saúde.
Após avançar 3,25% nos últimos sete dias úteis, o dólar à vista fechou a terça-feira em queda de 0,95%, aos R$ 5,5313. No ano, a moeda acumula baixa de 10,48%.
A entrevista, que seria dada ao site Metrópoles, seria a primeira desde a condenação de Bolsonaro e desde que o ex-presidente indicou seu filho Flávio, senador pelo PL, como candidato à Presidência em 2026.
Nas últimas semanas, a candidatura de Flávio vinha impulsionando o dólar, em meio à leitura no mercado de que ele seria menos competitivo que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em uma eventual disputa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Assim, o cancelamento da entrevista — vista como um potencial evento de confirmação do nome de Flávio — trouxe algum alívio para as cotações do dólar no Brasil, que oscilava abaixo dos R$5,50 neste início de tarde.
A perda de força ocorreu a despeito de o Banco Central não ter negociado toda a oferta de dólares nas operações de linha (venda de moeda com compromisso de recompra) do meio da manhã. O BC vendeu apenas US$500 milhões de um total de US$2 bilhões ofertados em dois leilões de linha simultâneos.