Por que IRB (IRBR3) salta 6% nesta sexta-feira (22)? Veja se é hora de comprar as ações

As ações do IRB (IRBR3) subiam 6,32%, a R$ 42,22, por volta das 11h20 do pregão desta sexta-feira (22) e lideravam a ponta positiva do Ibovespa (IBOV). O movimento vem após a resseguradora reverter o prejuízo em julho e reportar lucro de R$ 22,3 milhões.

Os analistas avaliam os números como “positivos”. Luan Calimerio, do BB Investimentos, diz que o balanço foi beneficiado pelo resultado de subscrição (underwriting), em R$ 25 milhões, e pelos resultados financeiro e patrimonial, de R$ 35,4 milhões e R$ 95,7 milhões, respectivamente.

Além disso, o analista destaca o índice de sinistralidade, que ficou em 73,6%. O número reflete a renovação mais saudável da carteira, com a saída gradual de contratos antigos do portfólio, e menores impactos por eventos de natureza climática, diz.

Os analistas da Genial Investimentos ainda afirmam que companhia tem demonstrado compromisso em melhorar a qualidade do portfólio e enxugar despesas. Isso, de acordo com eles, beneficia o índice combinado e, consequentemente, o lucro operacional.

O lado negativo dos números do IRB

Pelo lado negativo, a Genial destaca que a companhia apresentou retração anual de 16% nos prêmios emitidos. De acordo com eles, o número foi reflexo da estratégia de maior seletividade e maior concentração na emissão local.

Os prêmios ganhos (receita) também tiveram contração ano a ano de 73%, impactados por uma operação de LPT (loss portfolio transfer), que agravou a linha de prêmios retrocedidos, mas aliviou a linha de sinistros retidos.

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Calimerio, do BB, por sua vez, destaca o consumo de caixa no valor de R$ 171,6 milhões, devido a esse menor recebimento de prêmios no período.

“Entretanto, esperamos que, à medida em que a companhia equalize sua relação ótima de prêmios/sinistros, o fluxo de caixa operacional volte a ser positivo até 2024”, diz.

Turnaround pode estar próximo

O analista do BB Investimentos ressalta que o bom resultado do IRB no segundo trimestre alimenta a tese de que o IRB está no caminho certo para um turnaround.

“É o terceiro trimestre consecutivo de evolução e mantemos nossa opinião de que o pior já passou e 2023 deve representar um ano de inflexão para o IBR, com retomada do crescimento em 2024”, avalia Calimerio.

Entretanto, essa dinâmica já estava incorporada nos modelos e será necessário um ritmo mais acelerado de recuperação para uma assimetria positiva de risco/retorno para o investidor.

A casa tem recomendação neutra para IRBR3, com preço-alvo em R$ 43,70 — o que implica um potencial de alta de 10%.