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Por que Luiz Barsi nunca compraria Magazine Luiza (MGLU3)?

14 jun 2022, 17:30 - atualizado em 14 jun 2022, 19:53
Luiz Barsi
Luiz Barsi, maior investidor pessoa física da bolsa, não recomenda investir em varejistas como o Magazine Luiza (Imagem: Ações Garantem o Futuro)

O maior investidor pessoa física da bolsa brasileira, Luiz Barsi, afirmou, durante entrevista para o podcast Irmãos Dias, que não gosta de ações de varejistas, como Magazine Luiza (MGLU3).

A empresa vive um “inferno astral” na bolsa, com os papéis caindo mais de 90% desde o seu pico do ano passado. A ação sofre com a elevação dos juros e o cenário macroeconômico ruim.

Segundo ele, os investidores que apostam em varejo estão “mal informados”.

“As empresas de varejo, pelo menos umas 40 quebraram, e as próximas quebrarão. Magazine Luiza um dia vai quebrar. Não sei quando, mais vai quebrar. Eu não sou profeta, estou falando em termos de histórico. Veja, quebrou o Casa Centro, o Mappin, a Ultralar. A Máquina de Vendas e Via também estão penduradas”, afirma.

Ainda nesta semana, a justiça chegou a declarar a falência da Ricardo Eletro, controlada pela Máquina de Vendas. Porém, o processo foi suspenso na sexta-feira (10).

O grupo pediu recuperação judicial em agosto de 2020, então com uma dívida superior a R$ 4 bilhões. Naquele momento, as 300 lojas físicas da Ricardo Eletro foram fechadas, resultando na demissão de 3.600 colaboradores.

“O setor de varejo é manco, ele não tem uma conotação confiável em sua operacionalização porque o governo engana. Ele diz que a inflação é de 8% quando é de 40%”, destaca.

Na visão de Barsi, quando as empresas de varejo fazem vendas parceladas, a inflação corrói o valor do produto de forma “vingativa”.

“O varejo é sempre uma atividade em que você tem que aportar recursos, sistematicamente. É por isso que, na minha avaliação, ele não é um setor bom. Quem compra é porque desconhece isso. É por isso que a gente não compra varejo”, completa.

Ação do Magazine Luiza cara

Mesmo com a queda vista nos últimos meses, analistas consultados pelo Money Times dizem que a ação está cara.

Na opinião de Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, os papéis negociam a múltiplos de 127x lucro 23,25 EV/Ebitda (valor da empresa sobre resultado operacional), com dados do último balanço anual.

“Diante de um cenário de muitas incertezas sobre o desempenho da economia real, perda de renda das famílias e ano de eleição, o mercado está optando em comprar nomes mais defensivos, com maior previsibilidade de geração de caixa, como bancos, empesas do setor elétrico e alguns nomes expostos a commodities, especialmente petróleo e minério de ferro”, completa.

Para Victoria Minatto, analista de varejo da Benndorf, todo esse cenário macro, e, principalmente, a época de eleições (que vai começar a influenciar mais ativamente o índice a partir de agora), tende a afetar as ações de consumo, em especial Magazine LuizaVia etc., que são mais sensíveis ao macro.

E a queda das ações do Magalu abre uma oportunidade de compra? A Benndorf tem recomendação neutra no papel, mesmo com a grande queda acumulada nos últimos meses.

“Nesse quesito, preferimos Americanas (AMER3), que também ainda estamos neutros, mas que veio performando melhor em resultados nos últimos trimestres por não ser tão dependente de produtos de linha branca”, pondera.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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