Por que mudança no Bradesco (BBDC4) agrada o mercado?

O Bradesco (BBDC4) anunciou nesta quinta-feira (23) que o conselho de administração acatou a recomendação de Marcelo de Araújo Noronha como novo CEO do banco, em substituição a Octavio de Lazari Junior.

Noronha conta com mais de 38 anos de experiência no mercado, sendo que 20 foram dedicados ao Bradesco.

As ações da companhia reagem bem à notícia, com os papéis subindo 3,50% por volta das 14h30, a R$ 16,28.

De acordo com a Eleven Financial, Noronha tem o que é necessário para o plano de transformação do Bradesco. O diretor de research da instituição, Carlos Daltoz, diz que a escolha do nome para presidir o Bradesco foi “a melhor possível”.

“O executivo tem o perfil para comandar uma transformação necessária ao segundo maior banco do Brasil”, defende.

“É um executivo que tem visão de mercado, trabalhou mais focado no mercado de cartões, que passou por uma disrupção muito grande nos últimos anos”, afirma.

O BTG Pactual destaca o caráter “único” no Bradesco diante da mudança. A empresa conta com outros poucos CEOs em sua história, e o movimento de troca na diretoria é claramente uma reação da empresa à performance fraca nos últimos anos.

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“Isso mostra um senso de urgência e vontade para melhorar”, afirma o banco, em nota de análise.

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Com a ação negociada perto de 1,1 vez o último balanço patrimonial, em caso de rali das ações, o Bradesco ainda seria uma oportunidade para obter lucros, avalia o BTG. No entanto, os resultados devem seguir pressionados.

O Goldman Sachs reiterou recomendação “neutro”. O banco compreende a forte cultura de desenvolvimento interno da administração. Afinal, o Brasdesco, em 8o anos de história, teve apenas cinco mudanças no cargo de CEO.

“O Bradesco tem uma cultura forte de desevolver a alta administração internamente”, destaca o Goldman Sachs. Analistas também levantam o cenário operacional desafiador em que o Bradesco está atualmente negociando, com um ROE historicamente baixo de 11% nos nove primeiros meses de 2023 vs. média histórica de 20,3%.