Por que o Magazine Luiza (MGLU3) é ‘compra’ para o BTG? Veja fatores, apesar da Selic em 15%
O Magazine Luiza (MGLU3) inaugurou recentemente a loja-conceito Galeria Magalu, e analistas do BTG Pactual avaliam que, em vez de competir apenas em preço ou velocidade, a varejista está reposicionando a loja como um centro de experiências que fortalece o valor da marca, reduz o atrito na compra por meio da venda assistida e libera monetização incremental por meio da mídia de varejo.
A recomendação do banco para a companhia é de compra, com preço-alvo de R$ 14.
O BTG reconhece que as taxas de juros mais altas, juntamente com as perspectivas cada vez mais competitivas para o e-commerce, pressionam a receita da empresa, bem como o lucro líquido. No entanto, os últimos trimestres mostraram tendências saudáveis de lucratividade (e geração de caixa), que sustentam a recomendação.
Com a Galeria Magalu, os analistas avaliam que a companhia visa abordar dois desafios estruturais: manter a
qualidade do tráfego em um ambiente online concorrido e melhorar a conversão sem aumentar significativamente os custos de logística ou aquisição de clientes
“A administração deixou claro que a Galeria Magalu não será lançada em massa no curto prazo. Embora 40 a 50 lojas possam, teoricamente, ser reformadas em formatos semelhantes, as altas taxas de juros e a disciplina de capex implicam uma abordagem seletiva”, colocam os analistas.
Dessa maneira, na visão do BTG, a tese de investimento não deve depender da rápida expansão física, mas sim do crescimento da receita de mídia de varejo; dos ganhos de conversão de vendas assistidas (tanto na loja quanto via
WhatsApp); e dos indicadores de qualidade do tráfego.
A Galeria Magalu
O Magazine Luiza inaugurou no início deste mês a Galeria Magalu, que busca materializar seu ecossistema, com a união entre os canais físico e digital.
Localizada na Avenida Paulista, a Galeria reúne as lojas do Magazine Luiza, KaBuM!, Netshoes, Época Cosméticos e a Estante Virtual no espaço de mais de 4 mil metros quadrados antes ocupado pela Livraria Cultura, no Conjunto Nacional.
O CEO Frederico Trajano classificou o projeto como um “brand place“, local que aponta como um centro para reunir grandes marcas dentro das empresas, parte do ecossistema Magazine Luiza.
“Buscamos ressignificar a loja de departamento, que estava sofrendo problemas de fluxo e queríamos repensar isso em um conceito mais moderno, digital e futurista, que conseguisse manter o que a loja de departamento tem de bom, mas resolvendo dois problemas: de fluxo e viabilidade econômica”, disse o CEO em coletiva com jornalistas que apresentou o local.