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Por que resultado do 3T23 leva Morgan Stanley a ter pior dia na bolsa desde 2020?

18 out 2023, 16:49 - atualizado em 19 out 2023, 12:59
Morgan Stanley Resultados Estados Unidos Juros
Morgan Stanley tem queda do lucro de 9%  (Imagem: Reuters/Russell Boyce)

O Morgan Stanley (MS) encerrou a safra de resultados das grandes instituições financeiras desta temporada de maneira atrapalhada.

O banco teve uma receita de US$ 13.3 bilhões entre julho e setembro, alta anual de 2,3% na comparação com o terceiro trimestre de 2022.

O lucro, de US$ 2.41 bilhões, também superou a estimativa dos analistas, embora represente queda de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Apesar dos números satisfatórios na superfície, os mercados saíram da teleconferência decepcionados com duas métricas-chaves para o negócio do banco, fato que motiva o pior tombo do papel em mais de três anos. Nesta hora final do pregão em Nova York, as ações caem 7.5%.



Como pontua José Maria Silva, coordenador de alocação e inteligência da Avenue, o Morgan Stanley enfrenta dois incêndios nas linhas de receita: queda de 45% no fluxo de ativos na divisão de gestão de patrimônio e de 27% da receita em Investment Banking.

Em relação ao primeiro ponto, a queda se deve ao aumento das taxas de juros, que tornaram fundos money market e títulos da renda fixa mais atrativos, diminuindo a negociação de diferentes ativos.

Já frente ao segundo, pontua o especialista da Avenue, se deve à fraqueza no mercado de fusões e aquisições (M&A) e nas listagens de IPO, impactadas pelas condições econômicas e incerteza do mercado atual.

Por outro lado, analistas olharam com bons olhos os resultados da divisão de Trading do Morgan Stanley, que ajudou a compensar as quedas na receita em outras áreas.

As operações de renda fixa geraram US$ 1,95 bilhão em receita, queda de 11% no confronto anual, mas superando a estimativa em cerca de US$ 200 milhões. Já as operações de renda variável geraram US$ 2,51 bilhões em receita, acréscimo anual de 2%, ultrapassando a expectativa em US$ 100 milhões.

A culpa está nos juros

O CEO do banco, James Gorman, que deixa o cargo dentro de um ano, fez ponderações quanto ao negócio de gestão de patrimônio do banco, um dos carros-chefes do credor que possui maior penetração em públicos de alta renda.

Segundo ele, a divisão está no caminho para alcançar a meta de três anos e gerar US$ 1 trilhão em novos ativos, apesar da piora recente.

Durante a teleconferência, Gorman vinculou o resultado trimestral do Morgan Stanley a um ambiente “misto”, citando o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, que tornaram ativos não tão rentáveis para o banco mais procurados para investidores.

O ambiente de juros mais restritivo levou a instituição a aumentar a sua provisão para perdas de crédito, de US$ 35 milhões para US$ 134 milhões.

O Morgan Stanley também divulgou uma provisão para perdas de crédito de US$ 134 milhões, em comparação com US$ 35 milhões no mesmo período do ano anterior.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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