Colunista Vitreo

Pra lá de Bagdá: temas de localidades distantes afetam os mercados

17 maio 2021, 8:33 - atualizado em 17 maio 2021, 8:33
Bruno Covas, prefeito de São Paulo (1980 – 2021) (Imagem: Reprodução/Estadão Conteúdo)

Bom dia, pessoal!

A semana é inaugurada por temáticas internacionais distantes do Brasil e deveremos ter, nos próximos dias, importantes processos de formação de expectativa e de preços.

Após uma semana de intenso debate sobre a inflação, o rendimento do Tesouro americano de dez anos repousa em 1,62%, uma alta de apenas 2 pontos-base em relação à segunda-feira passada (10).

Dados chineses recém-apresentados da produção industrial e das vendas no varejo abrem o dia em tom abaixo do esperado.

Os mercados europeus abrem em tom misto, flertando com a estabilidade ou com patamares negativos.

Futuros americanos, por enquanto, também não amanhecem bem. A ver…

Depoimentos na CPI marcam a semana

Após o falecimento do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, formam-se expectativas sobre como seu sucessor, Ricardo Nunes, lidará com o processo de reabertura econômica da maior cidade da América Latina.

Nunes comentou que até 2024 São Paulo viverá a gestão Covas, prometendo poucas mudanças frente ao estilo de seu antecessor.

O que acontece em São Paulo é referência para o resto do país, por isso é sempre importante acompanhar, principalmente em uma semana como a que teremos.

Em Brasília, a semana será marcada, entre outras coisas, pela retomada das discussões sobre as reformas tributária e administrativa, com promessas de avanços feitas pelas lideranças legislativas – não precisamos de grandes reformas, mas, se ao menos a classe política deixar de atrapalhar, já seria um grande progresso.

Possível votação da MP da Eletrobras e continuidade da CPI da Covid também chamam atenção – sobre este segundo ponto, vale dizer que a terça-feira (18) guardará a presença de Ernesto Araújo, enquanto o convidado de quarta (19) é ninguém mais ninguém menos que Eduardo Pazuello.

Vai pegar fogo, mesmo com o direito de ficar em silêncio.

A volta dos que não foram

Nos EUA, são grandes as expectativas para a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), a famosa “ata do Fed”, a ser divulgada na quarta-feira (19).

O documento promete resgatar o debate sobre inflação e os rumos da política monetária nos próximos meses e anos, ainda que os últimos dados econômicos americanos, com exceção da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), tenham vindo abaixo do esperado, afastando o risco de superaquecimento da economia.

O debate mal cessou e o pessoal já quer trazê-lo de volta.

Para esquentar os motores, Richard Clarida e Raphael Bostic, dirigentes-chave do Federal Reserve (o Banco Central dos EUA), deverão ter falas importantes hoje (17).

O mercado espera, depois de um início de mês bastante agitado no debate inflacionário, que ambos reforcem a natureza temporária da inflação atualmente verificada, sem preocupações de cunho estrutural.

Em geral, diferentemente do que vimos na semana passada com alguns dirigentes do BC brasileiro, as lideranças do Fed são bastante consistentes e não devem surpreender. Holofote sobre isso hoje.

O dilema chinês

Os dados da produção industrial chinesa, ainda que tenham sido entregues com números ainda relativamente fortes, mostram que ela cresceu em um ritmo mais lento em abril, devido a uma comparação menos favorável com os dados do ano anterior, quando a segunda maior economia do mundo começou a se recuperar dos choques da pandemia.

A produção industrial subiu 9,8% em abril em relação ao ano anterior, abaixo do aumento de 14,1% de março, enquanto as vendas no varejo, um indicador-chave do consumo do país, cresceram 17,7% no mês passado, diminuindo de um salto de 34,2% em março.

O primeiro veio acima do esperado, mas o segundo veio abaixo.

Este é um sinal global do que poderá acontecer com as economias nos meses que seguem a reabertura – um grande movimento de aquecimento e, depois, uma normalização.

Dado o papel de liderança da China como centro de manufatura, poderemos observar problemas específicos da cadeia de suprimentos, mas nada muito alarmante.

Tal desaceleração, porém, poderá se aprofundar, à medida que os consumidores europeus e americanos mudam seus gastos para serviços, verificados localmente. Uma solução? A China terá de continuar a aumentar a demanda doméstica.

Anote aí!

A agenda da semana segue contando com a temporada de resultados, que segue agitada aqui no Brasil. Brasília chama a atenção sobre a possibilidade de decidirem hoje a existência de uma sessão na quinta-feira (20) que poderá votar vetos presidenciais do Orçamento da União – o Brasil não corre o risco de dar certo.

Pelo menos os dados recentes mostraram que a receita dos Estados resistiu bem à segunda onda de Covid-19.

Entre os dados, destaque para o monitor da Fundação Getulio Vargas para o PIB de março e os dados prévios de inflação, como o IPC-S da segunda semana de maio e o IGP-10.

No exterior, índice de atividade industrial e confiança das construtoras dão sustentação econômica para a performance do dia nos EUA.

Muda o que na minha vida?

Os reveses da Covid-19 são uma fonte potencial de volatilidade, mas o panorama positivo permanece no longo prazo.

Temos visto recentemente uma sensibilidade bastante grande do mercado sobre o fim das restrições à pandemia.

O Reino Unido, por exemplo, segue removendo mais e mais conjuntos de restrições, ao passo que os empregos para trabalhadores do setor de hospitalidade já se encontram em níveis pré-pandemia.

Globalmente, a flexibilidade do trabalho será importante para a retomada da economia – vemos no Brasil como o excesso de leis torna menos dinâmica a recuperação de empregos.

As ações globais, depois de sucessivas altas, se tornaram vulneráveis a notícias negativas.

Os contratempos no combate à pandemia continuam sendo uma fonte potencial de volatilidade, como os problemas verificados na Ásia, por exemplo, ou a lentidão na vacinação em diferentes localidades do mundo.

Em particular, a preocupação tem crescido com a Índia, onde as taxas diárias de infecção e mortalidade atingiram níveis recordes – espera-se que a pandemia atrase a próxima etapa da recuperação econômica da Índia até o final do segundo trimestre, uma vez que a recuperação não é perdida, apenas postergada.

Notícias sobre a pandemia, no Brasil e no mundo, seguirão sendo uma fonte potencial de volatilidade, ainda que tenhamos tido muito avanço.

Fique de olho!

A cannabis tem sido um assunto muito debatido recentemente.

Pelo menos é isso que dá para perceber com o tema virando pauta jornalística no final da semana passada, principalmente após a declaração do presidente Jair Bolsonaro contra o projeto de lei que tramita no congresso para aprovação do plantio e do uso para fins medicinais da cannabis no Brasil.

Mas deixando questões políticas de lado, pelo menos na Vitreo, a cannabis será o tema das próximas semanas. Entre os dias 19 e 24 de maio, exibiremos o documentário Cannabis Act: O decreto de bilhões de dólares.

Ele será exibido em 3 episódios e terá dois objetivos muito claros:

i) te dar toda a informação necessária para entender sobre o setor; e

ii) te dar acesso a um veículo diferenciado do que existe no mercado, com uma estratégia que visa potencializar as suas chances de lucro e disponível para todos os investidores, sem restrições.

Vale lembrar que nem o decreto e nem os retornos podem ser garantidos. Mas acreditamos que as chances de acontecer são grandes – para ambos.

O nosso CIO, o Jojo, acredita que este é o melhor momento da história para quem deseja investir no setor que tem tudo para aumentar de tamanho exponencialmente e multiplicar o capital de quem entrar o quanto antes.

E o principal impulsionador deste movimento não poderia ser mais emblemático: o Governo dos Estados Unidos.

O projeto de lei chamado SAFE BANKING ACT prevê que as empresas da indústria da cannabis, de ponta a ponta, possam usar livremente todos os serviços financeiros e bancários americanos.

Esta medida tende a irrigar toda a indústria e proporcionar uma circulação de dinheiro ao comércio legal sem precedentes.

Tudo que você precisa fazer é garantir a sua entrada no mercado ANTES do projeto virar lei.

E o primeiro passo para você fazer isso é clicando no botão abaixo, se inscrevendo para ter acesso ao documentário gratuito.

[QUERO ME INSCREVER]

Um abraço,

Jojo Wachsmann

CIO e sócio fundador da Vitreo
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
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