Colunista Vitreo

Pré-Mercado: Foi aberta a folga necessária para a recuperação do IBOV?

03 dez 2021, 8:58 - atualizado em 03 dez 2021, 9:03
Na expectativa pelo relatório de emprego dos EUA / Tempos Modernos (1936)

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Bom dia, pessoal!

O dia foi predominantemente positivo na Ásia nesta sexta-feira (3), digerindo a alta de ontem (2) dos ativos americanos.

Os mercados europeus tentam se recuperar nesta manhã da queda da quinta-feira, quando reagiu às ampliações alemãs das restrições, podendo obrigar a população a receber vacinas contra a Covid-19 – quem não se imunizou terá acesso negado a serviços de cultura e lazer.

Os futuros americanos, por sua vez, operam próximos à estabilidade, na expectativa do relatório de empregos, a ser divulgado hoje, e da decisão do Congresso sobre o teto da dívida, que deverá ser votada em breve.

Neste meio, o Brasil pode estar em vias de tirar da sala o bode mais problemático dos últimos meses, os precatórios.

Com a aprovação no Senado em dois turnos, há possibilidade de termos aberto a folga necessária para uma recuperação dos ativos brasileiros em dezembro, mesmo que ainda haja vários riscos no radar.

A ver…

E lá está!

Mesmo com a divulgação de um PIB negativo no terceiro trimestre, com queda de 0,1% contra o trimestre imediatamente anterior, que também havia apresentado retração de mesma amplitude, os ativos brasileiros conseguiram entregar sua maior alta no Ibovespa em 18 meses.

O grande gatilho foi a aprovação da PEC em dois turnos no Senado, que trouxe alívio ao risco fiscal –
como o texto sofreu modificações, ainda terá que voltar à Câmara para ser novamente apreciado, mas o processo não deve se mostrar problemático.

Diante do contexto de finalmente termos tirado essa questão do caminho, ainda que tenhamos aberto um espaço de mais de R$ 100 bilhões no teto de gastos públicos, já se ventilou a possibilidade de que a barreira final para uma recuperação dos ativos brasileiros em dezembro foi quebrada, abrindo caminho
para uma alta no último mês de 2021.

O mesmo não pode ser argumentado sobre o dólar, porém, que também depende do planejamento do Federal Reserve (Fed) para os juros americanos.

Ainda hoje acompanhamos os dados da produção industrial de outubro, divulgados pelo IBGE, que deve subir 0,7% na margem.

Enquanto nos aproximamos da última reunião do Copom do ano, marcada para quarta-feira que vem (8), dados fracos de atividade ajudam a retirar prêmios da curva de juros – deveremos ter uma alta de 150 pontos-base, finalizando o ano com Selic a 9,25%.

Reação americana

Após alguns dias de preocupação, os temores com a ômicron diminuíram um pouco, abrindo a porta para um movimento do tipo “buy the dip” (comprar na baixa, em um processo de caça às barganhas).

Com isso, os investidores se concentraram mais na tese de reabertura, depois de executivos da Pfizer
indicarem que a empresa estava confiante de que sua vacina ainda funcionaria contra a nova variante sem queda significativa na eficácia.

Essa é uma visão totalmente diferente da que o CEO da Moderna, Stéphane Bancel, compartilhou no início da semana. Ele disse esperar que a eficácia da vacina contra a Covid-19 tenha “queda material”. Ou seja, na verdade, ainda não temos respostas reais (cada um fala uma coisa).

Entretanto, como de costume, o mercado financeiro não espera para obter os detalhes, fazendo
ajustes a cada segundo, descontando os riscos sobre os ativos.

Para além dos dados de emprego, o mercado também fica de olho no Congresso dos EUA, que deve discutir a aprovação das diretrizes necessárias para financiar o governo americano por mais dez semanas – a questão do teto da dívida, contudo, ainda precisará ser endereçada em definitivo, em vez de
ser apenas empurrada com a barriga.

Entende-se que as negociações estejam envolvendo o outro pacote de infraestrutura de Joe Biden.

E esse payroll aí?

O relatório de emprego dos EUA para o mês de novembro se aproxima.

Dada a recente endurecida de tom do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em direção a uma postura mais hawkish sobre a inflação, o relatório de empregos de novembro é ainda mais significativo do que teria sido de outra forma.

Os investidores descobrirão hoje o grau em que a escassez de mão de obra nos EUA persistiu no mês passado, com grande parte das perspectivas para a política econômica e monetária dependendo do retorno de milhões de trabalhadores ao mercado de trabalho.

Os economistas preveem um ganho de 525 mil empregos não agrícolas e uma taxa de desemprego caindo um décimo de ponto percentual, para 4,5%.

Há um mês, o relatório de empregos sugeria um mercado de trabalho que finalmente estava melhorando, com a criação de 531 mil empregos em outubro, bem acima das expectativas.

Um payroll mais forte tenderia a reforçar a discussão de um ritmo mais acelerado para o tapering no Fomc do dia 15 de dezembro.

Por isso, entender a evolução dos salários será fundamental para termos uma sensibilidade do impacto dela sobre a inflação – espera-se um ganho salarial por hora em relação ao mês anterior de 0,4%, em linha com o mês passado.

Anote aí!

Lá fora, acordamos com PMI composto e de serviços da Zona do Euro, que vieram abaixo do esperado, mas não impedem a alta dos ativos europeus nesta manhã, que reagem às vendas no varejo de outubro, levemente acima das expectativas.

Além disso, o mercado espera ouvir a presidente do BCE, Christine Lagarde, e o economista-chefe da autoridade monetária, Philip Lane.

Nos EUA, a discussão está em torno dos dados de emprego, mas há também a divulgação do índice de gerentes de compras de serviços para novembro.

Por fim, no Brasil, acompanhamos os dados de produção industrial e o leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) destinado a contratar energia elétrica de usinas hidrelétricas, pequenas centrais hidrelétricas e termelétricas movidas a biomassa, gás natural e carvão mineral.

Neste meio, o Supremo pode concluir julgamento sobre constitucionalidade de norma que impede
empresas de demitir funcionários que se recusam a tomar vacina.

Muda o que na minha vida?

Ontem (2), a Opep+, que reúne os países exportadores de petróleo e aliados, como a Rússia, se reuniu mais uma vez para decidir sobre suas metas de produção.

A recente recusa do grupo em atender aos apelos do presidente dos EUA, Joe Biden, para aumentar a produção – um movimento que teria ajudado a aliviar a pressão de alta sobre os preços da gasolina – precipitou a decisão dos Estados Unidos e de outras grandes nações consumidoras de energia na semana passada de explorar reservas estratégicas de petróleo.

Com a variante ômicron na equação, um corte nos incrementos mensais de 400 mil barris por dia parecia ainda mais provável.

Contudo, a Opep+ concordou em continuar aumentando a produção de petróleo, apesar da queda
do preço da commodity.

Ainda assim, o episódio mostrou o poder de mercado do grupo, mesmo enquanto a transição energética ganha velocidade.

A demanda por petróleo pode chegar ao pico em breve se os países cumprirem suas metas de emissões líquidas de carbono, mas os produtores da Opep+ são rápidos em notar que a commodity não vai desaparecer totalmente.

De acordo com as promessas climáticas feitas até o início de outubro, o mundo ainda deverá precisar de 75 milhões de barris de petróleo por dia até 2050, segundo a Agência Internacional de Energia.

Paralelamente, o subinvestimento em todo o setor tornará difícil para a Opep+ gerar um crescimento de produção mensal de mais de 250 mil barris por dia.

Com isso, ainda estima-se que a capacidade ociosa da organização em 2022 será de cerca de 2 milhões de barris por dia, ou 43% abaixo das estimativas do consenso, de 4,8 milhões de barris por dia, bem abaixo do nível de conforto recomendado para o mercado de cerca de 10%.

A capacidade da Opep+ de controlar os preços depende da eficácia de sua capacidade ociosa, que nas cotas vigentes deve cair para a mínima de 25 anos, de 4% da capacidade total, frente a uma média de 14 % vista entre 1995 e 2020.

Diante disso, já temos projeções que indicam o petróleo testando patamares ao redor de US$ 100 por barril em 2022 – vale conferir o Vitreo Petróleo ou o FoF Commodities.

Um abraço,
Jojo Wachsmann

CIO e sócio fundador da Vitreo
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
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