Colunista Vitreo

Pré-mercado: Não haverá intervenção, “pero no mucho”

08 abr 2021, 8:36 - atualizado em 08 abr 2021, 8:36
Pegadinha do malandro: haverá intervenção ou não? / Lua de Cristal (1990)

Bom dia, pessoal!

A dinâmica em torno da ansiedade pelas próximas medidas do Fed continua. Agora, o assunto do momento é tentar ler as entrelinhas da ata (minuta) do Fed, divulgada ontem (7).

A atividade está voltando e, com ela, a inflação; resta saber se o processo inflacionário é temporário, como o Fed diz, ou se tem algo de sustentado nele.

Por aqui, nossa política fez questão de intervir no bom dia que estávamos tendo. Provavelmente, continuaremos hoje (8) a sentir os efeitos de um possível viés intervencionista de Bolsonaro na agenda econômica.

As Bolsas europeias abrem o dia em tom positivo, acompanhadas pelos futuros americanos. A ver…

Tem que mexer nisso aí, taokey?

Depois de muito insistir que não haveria intervenção nos preços, o presidente veio a público repudiar o aumento no preço do gás e afirmar que haverá uma mudança na política. Se isso não for intervenção, eu não sei mais o que é.

Já era sabido que a alta de 39% havia descontentado o presidente, mas se imaginava que depois do último incidente ele não haveria de cometer o mesmo equívoco de comunicação… Não parece ser o caso.

Nesse mesmo dia, Bolsonaro jantou com empresários em São Paulo – imaginem o climão –, mas as impressões sobre o jantar de ontem ainda estão por aparecer.

Havia expectativa de que, diante da crise sanitária e fiscal, Bolsonaro usasse o encontro para garantir que havia mudado sua postura, em linha com o que a “Carta dos Economistas” apontava; isto é, que o governo estaria em defesa da imunização por vacinação e que a agenda fiscalista não estava morta, pelo contrário.

Sobre este último ponto, o Orçamento segue gerando desgaste de todos os lados, principalmente entre o Legislativo e a equipe econômica, que deveriam estar alinhadíssimos para a série de reformas que vem a seguir.

Bolsonaro deverá agir como arbitrador nesta crise, mas as consequências em seguida ainda são imprevisíveis.

Don’t fight the Fed…?

Como era esperado, as atas do Federal Reserve, o banco central dos EUA, indicaram que a autoridade monetária melhorou bastante as perspectivas econômicas.

Seguindo as atualizações de projeções, pareceu bastante vocal para o fato de que, ainda que os indicadores de atividade tenham surpreendido positivamente, o espaço para expansionismo monetário segue aberto. Para hoje, teremos a ata do BCE também, que pouca novidade deverá trazer.

O temor inflacionário deverá seguir no jogo, mas o Fed está comprando esta luta.

O mercado observa atentamente o pacote de infraestrutura de Biden e como o democrata pretende pagar por ele.

Segundo a proposta, que exploramos um pouco ontem, haverá a tentativa de construir um novo acordo tributário corporativo global, em conjunto com uma alíquota mínima de imposto corporativo. Será difícil, ninguém vai negar.

A ideia é que o projeto, com elevação da alíquota de 21% para 28%, entre outras medidas, possa gerar nos próximos 15 anos um caixa adicional em torno de US$ 2,5 trilhões. Até Biden, que gasta sem parar, começa a temer pelo déficit americano.

Ainda assim, as perspectivas para os próximos anos são positivas com tantos investimentos em infraestrutura. Bom para as commodities, que servirão de alimento para o processo.

E se criptos se tornassem mainstream

Gradualmente, mais e mais, criptomoedas e outros ativos alternativos ligados ao mundo das moedas digitais atingiram um pico de relevância social.

Neste ano, o bitcoin atingiu seu grande recorde nos patamares superiores aos de US$ 50 mil, elevando o valor total do mercado de cripto para mais de US$ 1 trilhão pela primeira vez.

O bitcoin continuou a subir, à medida que grandes empresas, como Tesla, MassMutual e Square, também compravam, com promessas interessantes sobre formas de pagar salários ou vender produtos por meio das criptos.

O PayPal, por exemplo, disse que permitirá que os usuários façam compras com criptos, enquanto a Tesla permitirá que você compre um Modelo 3 com bitcoin. Estão tentando fazer com que o ativo se torne mainstream, ainda que a volatilidade e os problemas de preservação do valor e das propriedades estatísticas advogue contra isso.

Enquanto isso, a mania dos tokens não fungíveis (NFT) destacou o apetite por investimentos alternativos – tem um frenesi muito grande em torno disso.

Anote aí!

Hoje, a agenda está mais tranquila, ainda que sempre haja dados para que acompanhemos. O STF retoma o julgamento sobre a liberação de missas e cultos durante a pandemia, o que poderá se tornar um precedente importante sobre como lidamos com o distanciamento social.

Paulo Guedes e Roberto Campos Neto seguem participando de evento, ainda que hoje seja mais importante descobrir como foi o jantar de ontem dos empresários com Bolsonaro e as pérolas que foram ditas.

Dados do dia envolvem IPC-S da primeira quadrissemana de abril – indicadores de inflação, ainda que secundários, têm ganhado relevância. Novidades sobre um possível lockdown nacional, diante da escalada de casos, também podem trazer volatilidade.

No exterior, os preços ao produtor da zona do euro vieram em linha, mas as informações são de fevereiro, antes do efeito do petróleo e, portanto, justificam não ter havido qualquer choque.

Nos EUA, falas das autoridades monetárias do Fed marcam o dia. Pedidos de auxílio-desemprego e novidades da Reunião de Primavera, que tem movimentado a semana, podem também trazer certa emoção. À noite, às 22 horas, a China divulga PPI de março.

Muda o que na minha vida?

Todos falam que os estímulos monetários atuais devem gerar inflação. Mas sabia que existe um grupo de economistas que defendendo o contrário?

Veja, não é verdade que toda a proposta fiscal durante a pandemia foi no sentido de estímulos. Estímulo de verdade, no bom e velho entendimento, está vindo aí com o pacote de Biden.

Os primeiros, ainda que tenham o mesmo apelido (estímulo), acabam servindo muito mais como um antidepressivo para a economia. A falta de compreensão sobre qual porcentagem dos últimos pacotes tem sido verdadeiramente de estímulos acaba pressionando as expectativas de inflação.

A diferenciação residiria no objetivo fim. Por exemplo, políticas de estímulo criariam atividade econômica que de outra forma não ocorreria.

Contudo, boa parte dos “estímulos” recentes têm tido como objetivo impedir a queda do crescimento, em vez de aumentar o crescimento propriamente dito. Em outras palavras, a ideia aqui é de combater a deflação em vez de promover a inflação.

Logo, alguns aspectos da política fiscal, segundo um determinado grupo de especialistas, podem ser desinflacionários.

Por exemplo, as garantias de empréstimos e subsídios, conjunto de medidas destinadas a manter as empresas vivas durante as restrições da pandemia.

Note que se uma determinada empresa, alvo desse “estímulo” tivesse falido, sua capacidade de fornecimento estaria permanentemente perdida em uma normalização.

Com ajuda fiscal, porém, essas empresas permaneceram em atividade, prontas para aumentar a oferta e atender o aumento da demanda à medida que as restrições são aliviadas, mantendo a inflação contida – como ainda há oferta disponível, com estoque, etc., a possibilidade de um choque nos preços é menor.

Claro, dizer que o processo é deflacionário com tanto dinheiro na economia é forçar a barra, mas em termos líquidos você pode ver onde quem defende essa tese quer chegar: a diferença da inflação que poderia ter sido (se a empresa quebrasse e não pudesse mais ofertar) e da inflação que será (empresa continua viva) seria o “fator deflacionário”.

Fique de olho!

O fundo Oportunidades de Uma Vida em 2021 está indo muito bem, obrigado. Do início do ano (01/01/2021) até o dia 05/04/2021, o fundo já entregou 4,41% de rentabilidade bruta de impostos, enquanto o Ibovespa segue negativo em -1,26% no mesmo período.

Este nosso fundo se inspira nas ações selecionadas pelo Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus, e conta com diligência e validação da equipe Vitreo.

Seguindo a carteira teórica do Felipe Miranda para este momento, ela está montada estrategicamente em três pilares chaves e de olho na retomada econômica no Brasil após a vacinação em massa – a exemplo do que ocorre nos EUA.

O primeiro pilar se assenta sobre os cíclicos domésticos que ficaram muito depreciados por conta da pandemia, como: varejo físico, shoppings, educacionais e incorporadoras.

A confiança é grande em surfarmos essa reabertura da economia com shoppings e varejo físico de alta qualidade. E, enquanto essa onda não vem, esperamos posicionados em nomes baratos e de qualidade.

O segundo pilar fundamental se trata da “Nova Economia” que são empresas ligadas à tecnologia, ao e-commerce e ao financial deepening.

Além de ser uma razão óbvia estarmos posicionados nas empresas da “Nova Economia”, pois têm potencial de crescimento pelos anos seguintes, o cenário atual de alta de juros de mercado nos EUA acabou afetando o setor.

Inclusive, há boas empresas que foram penalizadas, sem qualquer diferenciação. No momento, não há como ficar de fora de empresas de qualidade de tecnologia.

E o terceiro pilar está sendo sustentado pelo atual ciclo positivo das commodities. Há empresas com bons fundamentos e ótimos preços no portfólio.

Podemos afirmar para você que o fundo Oportunidades de Uma Vida está pronto para decolar neste ano de 2021 – embora não haja garantias.

Então se você quer de fato se expor às ideias e estratégias do Felipe Miranda de forma simples e segura, recomendamos que olhe com muito carinho para o fundo Oportunidades de Uma Vida.

Para saber mais, basta clicar no botão abaixo.

[QUERO SABER MAIS SOBRE O FUNDO OPORTUNIDADES DE UMA VIDA]

E o de sempre: não deixe de ler o regulamento do fundo e seus fatores de risco antes de investir. Retornos passados não garantem retornos futuros. Não há nenhuma garantia de retorno. As rentabilidades apresentadas nas comunicações da Vitreo não são líquidas de impostos. A aplicação em fundos de investimento não conta com a garantia do FGC, de qualquer mecanismo de seguros ou dos prestadores de serviço do fundo.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

CIO e sócio fundador da Vitreo
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
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