Preocupado com a queda do Ibovespa em 2024? Esqueça! Correção recente abriu janela de oportunidade, diz analista

O Ibovespa (IBOV) frustrou as expectativas de quem esperava por um início de ano brilhante. O índice, que é referência na bolsa brasileira, acumula uma desvalorização de 4,41% em 2024, após o forte rali de fim de ano que o levou a máximas históricas acima de 134.000 pontos.

A recente realização de lucros pode acionar um alerta ao mercado, mas há quem olhe para a correção como uma potencial janela de oportunidade para entrar na bolsa.

É o caso da Genial Investimentos. Segundo a corretora, o desempenho do Ibovespa tem ficado atrás dos pares regionais e outras bolsas de países emergentes, “o que pode indicar uma margem para recuperação”.

A Genial afirma ainda que, se o Ibovespa cair abaixo dos 121.800 pontos, uma oportunidade ainda mais atraente pode surgir ao investidor.

“No entanto, para investidores que adotam a estratégia de entradas ou saídas graduais, conhecida como entradas em tranches, este momento atual já representa um ponto de entrada inicial interessante”, ressalta Filipe Villegas, estrategista de ações da casa, em relatório atualizado nesta quarta-feira (24).

A Genial mantém o alvo de 151.000 pontos para o Ibovespa ao fim de 2024, considerando o ambiente econômico atual e as projeções para o futuro, apesar de riscos fiscais “persistentes”.

“Esses riscos exigem uma observação cuidadosa, pois podem impactar o desempenho do mercado”, ressalta Villegas.

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Bolsa está barata

O nível de valuation das ações brasileiras continua atrativo, afirma a Genial. A instituição avalia que o Ibovespa está sendo negociado a 8 vezes P/L (Preço/Lucro) projetado para os próximos 12 meses, um desconto de 27% em relação à média histórica de 11 vezes.

Excluindo Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), nomes de grande peso, o índice é negociado a 10,2 vezes P/L em 12 meses, ainda abaixo da média histórica de 12,2 vezes.

Fluxo de capital chama atenção

A Genial chama atenção para um fato curioso: a participação do investidor pessoa física e institucional nas últimas semanas se fortaleceu, ao passado que a saída do investidor estrangeiro se tornou mais proeminente.

“Esse engajamento doméstico no mercado tem sido notável”, afirma. “A dinâmica entre diferentes tipos de investidores é um componente importante para entender as tendências atuais e futuras do mercado acionário brasileiro.”

Nas últimas duas semanas, houve saída de R$ 6,6 bilhões de capital estrangeiro, resultando em uma retirada acumulada de investimentos pelos gringos de R$ 4,4 bilhões em janeiro.

Por outro lado, o investidor institucional registrou “retirada total modesta” de R$ 157 milhões nas últimas semanas, enquanto as pessoas físicas demonstraram maior interesse, com uma entrada de quase R$ 2,3 bilhões.

No acumulado de janeiro, o investidor institucional teve uma saída de R$ 3 bilhões, contrastando com a entrada de R$ 3,3 bilhões por parte do investidor pessoa física.

“Essa divergência nos fluxos de capital sugere que a recente queda observada no Ibovespa foi marcada por uma forte entrada de investidores pessoa física, que compensou em parte a saída de capitais dos investidores institucionais e estrangeiros”, diz Villegas.