Presidente da China pressiona por um órgão regulador global de inteligência artificial e acirra disputa com os Estados Unidos
O presidente chinês, Xi Jinping, assumiu o centro do palco em uma reunião de líderes da Apec (Asia-Pacific Economic Cooperation, ou Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) neste sábado (1º) para promover uma proposta de um órgão global para administrar a inteligência artificial (IA) e posicionar a China como uma alternativa aos Estados Unidos na cooperação comercial.
Os comentários foram os primeiros do líder chinês sobre uma iniciativa que Pequim revelou este ano, enquanto os Estados Unidos rejeitaram os esforços para regulamentar a IA em órgãos internacionais.
Xi disse que uma Organização Mundial de Cooperação em Inteligência Artificial poderia estabelecer regras de governança e impulsionar a cooperação, tornando a IA um “bem público para a comunidade internacional”.
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Em comentários publicados pela agência de notícias oficial Xinhua, Xi acrescentou: “A inteligência artificial é de grande importância para o desenvolvimento futuro e deve ser feita para o benefício das pessoas em todos os países e regiões”.
As autoridades chinesas disseram que a organização poderia ser sediada no centro comercial de Xangai.
O presidente dos EUA, Donald Trump, não participou da cúpula dos líderes da Apec na cidade sul-coreana de Gyeongju, voltando para Washington logo após uma reunião com Xi. A Apec é um fórum consultivo de 21 nações que representam metade do comércio global.
Acordos comerciais entre China e Estados Unidos
As conversas entre os dois líderes resultaram em um acordo de um ano para reverter parcialmente os controles comerciais e tecnológicos que haviam aumentado a tensão entre as duas maiores economias do mundo.
Na ausência de Trump, os analistas esperavam que Xi usasse a reunião da Apec para promover a China como defensora de sua própria marca de cooperação multilateral sobre comércio e desenvolvimento econômico.
Embora os chips avançados fabricados pela Nvidia, sediada na Califórnia, sejam fundamentais para o boom da IA, a desenvolvedora DeepSeek, sediada na China, lançou modelos de custo mais baixo adotados por Pequim em um esforço para o que chama de “soberania algorítmica”.
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Xi também pediu à Apec que promova a “livre circulação” de tecnologias verdes, um grupo de setores que vai de baterias a painéis solares e que é dominado pela China.
Na reunião, os membros da Apec aprovaram uma declaração conjunta e pactos sobre IA e o desafio do envelhecimento da população.
A China sediará a cúpula da Apec de 2026 em Shenzhen, um importante centro de manufatura, da robótica à produção de carros elétricos.
Xi disse que a cidade de quase 18 milhões de habitantes era uma vila de pescadores até se tornar uma das primeiras zonas econômicas especiais da China na década de 1980.