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Presidente do Banco do Brasil manifesta desconforto em seguir no cargo

26 fev 2021, 18:11 - atualizado em 26 fev 2021, 19:41
André Brandão
Brandão não pretende apresentar uma carta de renúncia, posição que o banco pode publicar ainda nesta sexta-feira, após o fechamento do mercado (Imagem: Wikimedia Commons)

O presidente-executivo do Banco do Brasil (BBAS3), André Brandão, manifestou a interlocutores desconforto em permanecer no cargo disse uma fonte com conhecimento do assunto, antes de o banco estatal negar que o executivo tenha pedido renúncia.

“O Banco do Brasil informa que não houve pedido de renúncia por parte de seu presidente”, afirmou a instituição financeira em fato relevante, após o fechamento do mercado nesta sexta-feira.

Pela segunda vez em semanas, especulações sobre uma saída iminente de Brandão tomaram o mercado nesta sexta-feira, provocando uma queda de 4,9% da ação do banco na Bovespa, diante da visão de investidores de ingerência governamental na gestão do BB.

A Reuters publicou mais cedo que Brandão mostrou incômodo em permanecer no comando do banco, apenas cinco meses após ter assumido, na esteira da ameaça do presidente Jair Bolsonaro de demiti-lo depois que o BB anunciou plano para economizar 2,7 bilhões de reais até 2025.

O plano incluía fechamento de 361 agências e cerca de 5 mil demissões voluntárias.

O incômodo cresceu após Bolsonaro ter anunciado na semana passada a substituição do comando da Petrobras (PETR4), disse a fonte nesta sexta-feira, sob condição de anonimato.

Banco do Brasil
No mês passado, Bolsonaro ameaçou demitir Brandão, após o BB anunciar um plano para economizar 2,7 bilhões de reais até 2025 (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Nas últimas semanas, o banco emitiu comunicados negando que tivesse havido manifestação do governo federal de mudança na alta administração do BB, enquanto Brandão atribuiu a rusga pública a um problema de comunicação com Bolsonaro.

No entanto, a situação voltou a se complicar após Bolsonaro ter anunciado na sexta-feira passada a decisão de indicar o general Joaquim Silva e Luna para o lugar presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, após a companhia ter anunciado novo reajuste nos preços dos combustíveis.

Na posse de Luna, na véspera, Bolsonaro afirmou que todas as estatais precisam cumprir uma função social e é inadmissível um presidente de uma dessas companhias que não tenha essa compreensão.

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