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Produção recorde, mal da vaca louca e demanda fraca: O ano de 2023 para as carnes de frango, bovina e suína

28 dez 2023, 10:14 - atualizado em 28 dez 2023, 10:14
carnes cepea
O Cepea ressalta que competitividade do frango frente ao boi também diminuiu em 2023, em meio ao maior abate de bois e ao aumento na oferta (Montagem: Money Times)

O ano de 2023 ficou marcado por muitas movimentações no mercado de carnes no Brasil. Foram diversos os fatores que influenciaram tanto os preços como a oferta disponível das proteínas.

Com isso, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) destacou os principais fatores que mexeram com os cortes, que foram aqui compilados.

Frango

Pesquisas do Cepea mostram que as cotações da carne de frango caíram com força no mercado doméstico em 2023, refletindo a produção recorde da proteína.

Nem mesmo as maiores exportações, que atingiram nova marca histórica pelo terceiro ano consecutivo, impediram os recuos nos preços internos.

A competitividade da carne de frango frente à de boi também diminuiu em 2023, em meio ao maior abate de bovinos e ao aumento na disponibilidade interna dessa proteína.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística), de janeiro a setembro de 2023, foram abatidos no Brasil 24,64 milhões de bovinos, 11,4% acima do registrado no mesmo período de 2022 e o maior volume desde 2014. No mercado de frango, foram 4,75 bilhões de animais abatidos de janeiro a setembro, aumento de 4,6% frente a igual intervalo de 2022 e um recorde da série histórica do IBGE, iniciada em 1997.

Carne bovina

A pecuária de corte foi bastante impactada por fatores internos e externos ao longo de 2023. Situações registradas nos âmbitos produtivo, sanitário, climático e econômico resultaram em forte oscilação dos preços de todos os produtos da cadeia.

Levantamento do Cepea mostra que o boi gordo chegou a ser negociado acima de R$ 300/arroba no início de fevereiro, mas, no final de agosto, operava abaixo de R$ 200/arroba. Nesta reta final do ano, a arroba voltou a ser comercializado em torno dos R$ 250.

Segundo pesquisadores do Cepea, o maior solavanco no ano veio do caso atípico de “vaca louca” em fevereiro. Apesar de isolada, a ocorrência resultou em suspensão dos envios de carne à China.

Ainda assim, o país asiático foi, no balanço do ano, o maior destino da carne bovina exportada pelo Brasil. A todos os destinos, as vendas externas de carne bovina estiveram aquecidas ao longo de 2023, o que foi fundamental para escoar o aumento da oferta no Brasil – dados do IBGE apontam que, de janeiro a setembro de 2023, o abate de animais foi o maior desde 2014.

Assim, de janeiro até dezembro, houve uma queda de 13,13% para o indicador do boi gordo do Cepea/Esalq, que passou de R$ 285,97 para R$ 248,43.

Suínos

Favorecido por menores custos de produção e exportações de carne recordes, o setor suinícola brasileiro iniciou um movimento de recuperação em 2023 – após atravessar um longo período de prejuízos. O poder de compra de produtores também aumentou frente aos principais insumos utilizados na atividade (milho e farelo de soja).

Segundo pesquisadores do Cepea, as valorizações mais intensas do vivo foram observadas na região Sul do País, diante da menor oferta local de animais de produção independente. Isso porque os elevados custos, que afetaram as margens do setor entre 2018 e 2022, fizeram com que pequenos e médios produtores independentes reduzissem os plantéis e/ou até mesmo desistissem da atividade.

Já para a carne suína, frigoríficos relataram dificuldades em repassar as valorizações do animal vivo, diante da baixa liquidez no mercado doméstico na maior parte do ano.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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