Agronegócio

Produtores de soja aguardam chuvas previstas para trazer alívio nas lavouras

30 dez 2019, 17:03 - atualizado em 30 dez 2019, 17:05
Colheita de soja em fazenda em Roachdale, Indiana
Pelas previsões iniciais e considerando condições normais de clima, o Estado gaúcho teria potencial de disputar com o Paraná a segunda posição entre os maiores produtores do Brasil (Imagem: REUTERS/Bryan Woolston)

Enquanto poucas áreas de soja precoce começam a ser colhidas em Mato Grosso, dando início à colheita no país que é o maior exportador global da oleaginosa, produtores de vários Estados do Brasil aguardam chuvas previstas para trazer alívio a ressequidas lavouras, segundo especialistas e dados meteorológicos.

A maior parte do Centro-Oeste, todo o Nordeste, regiões produtoras do Norte e os Estados sulistas –exceto áreas do Paraná– receberam chuvas abaixo da média nos últimos 15 dias, de acordo com informações do terminal Eikon, da Thomson Reuters.

Mas precipitações volumosas devem atingir no início de janeiro, até o dia 8, áreas que estavam precisando de umidade, inclusive Goiás, Mato Grosso e Estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), trazendo alívio aos produtores, com exceção do Rio Grande do Sul, onde as precipitações devem seguir escassas.

“No Rio Grande do Sul tem déficit hídrico e pouca chuva prevista para as próximas semanas. Preocupa o decorrer da safra, pode ter um ou outro episódio de chuva forte, mas as chuvas não vão ser frequentes”, comentou o meteorologista Celso Oliveira, da Somar.

Pelas previsões iniciais e considerando condições normais de clima, o Estado gaúcho teria potencial de disputar com o Paraná a segunda posição entre os maiores produtores do Brasil, com uma safra de quase 20 milhões de toneladas, ficando atrás apenas de Mato Grosso.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Bartolomeu Braz Pereira, a estimativa ainda é de uma safra recorde de 123 milhões de toneladas no Brasil, com um crescimento de área plantada de quase 3%, para 37 milhões de hectares. Mas ele disse que, em meio a questões climáticas, a entidade está refazendo o levantamento.

“Este número de safra vai ser mudado, porque está havendo este fator clima no final de ano… Essas poucas chuvas deixam os produtores inquietos… isso tira um pouco o brilho de nossas festas”, comentou Pereira, evitando fazer prognósticos, diante das incertezas.

De acordo com o dirigente da Aprosoja, 95% da safra de soja do Brasil, que deve se tornar também o maior produtor global, superando os EUA em 2019/20, ainda depende de chuvas.

Colheita

Ele comentou que devido à extensão territorial do Brasil, embora existam alguns produtores no Matopiba no aguardo de chuvas para plantar, em Mato Grosso, onde se planta mais cedo, poucos produtores já iniciaram a colheita em áreas de soja precoce.

“Essas áreas que estão sendo colhidas agora são aquelas em que o produtor vai fazer o algodão (segunda safra), principalmente em Mato Grosso. Esses que colhem agora são aqueles que focam a safra de algodão. Em algumas lavouras, dá certo e colhe até bem a soja, mas o foco é o algodão.”

As áreas que estão sendo colhidas agora são aquelas em que o produtor vai fazer o algodão (segunda safra), principalmente em Mato Grosso (Imagem: REUTERS/Enrique Marcarian)

Na safra anterior, quando o plantio de soja foi antecipado, um volume maior da oleaginosa estava pronto para ser colhido no final do ano. Em 2019/20, a colheita deve começar efetivamente em janeiro.

De acordo com Oliveira, da Somar, o retorno de boas chuvas às principais regiões produtoras –com exceção do Sul– permitirá o desenvolvimento das lavouras onde a soja ainda precisa de umidade.

Áreas do Paraná também verão menos chuvas no início de janeiro, segundo dados meteorológicos, mas importantes regiões produtoras do Estado estiveram entre aquelas que receberam mais umidade no cinturão produtor nos últimos 15 dias.

No Matopiba, se algumas áreas foram perdidas pelo tempo seco, poderão ser replantadas com a chegada das precipitações, disse Oliveira.

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