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Programa de Lula impulsiona construtoras no 2T23; ‘pé atrás’ ronda médio/alto padrão

17 ago 2023, 19:42 - atualizado em 17 ago 2023, 20:02
prédios construção civil construtoras
Boa parte das construtoras lançou mais empreendimentos no 2T23 e recuperou rentabilidade com aumento de preços (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

A temporada de balanços das empresas listadas na Bolsa brasileira chegou ao fim nesta semana. Após divulgarem prévias operacionais em julho, construtoras e incorporadoras revelaram quanto ganharam e quanto perderam no segundo trimestre deste ano.

As opiniões dos analistas sobre o desempenho das empresas de construção civil divergem. Mas fato é que todos concordam que programas habitacionais como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e Pode Entrar, da prefeitura de São Paulo, salvaram as construtoras do segmento baixa renda.

Por outro lado, o ‘pé atrás’ com as construtoras e incorporadoras de médio/alto padrão persiste.

O que as construtoras entregaram no 2T23?

Para o estrategista-chefe da Empiricus Research, João Piccioni, as incorporadoras “foram bem no segundo trimestre”. Ele avalia que o período mostrou uma recuperação do setor imobiliário.

Contudo, Piccioni destaca os resultados de Direcional (DIRR3) e Cyrela (CYRE3). “Elas apresentaram desempenhos fora da curva.

Foram melhores que os pares e devem continuar progredindo ao longo dos últimos seis meses do ano. Tem muito capital investido em CDBs, que deve voltar para o setor. São dois casos que chamaram atenção”, diz.

Sobre a Direcional, o profissional da Empiricus diz que o Minha Casa, Minha Vida foi um propulsor para a construtora do segmento de baixa renda.

“As iniciativas do governo fizeram com que boa parte dos ativos da Direcional passasse a se enquadrar no MCMV, abrindo espaço para um aumento de volume de lançamentos nos próximos meses”, observa.

Enquanto a Cyrela liderou a retomada do segmento de alta renda no segundo trimestre. “Ela tem uma demanda muito resiliente em São Paulo.

Além disso, deve continuar crescendo à medida que o afrouxamento monetário acontece”, diz Piccioni sobre o ciclo de queda da taxa básica de juros (Selic), iniciado este mês, que deverá refletir nos próximos resultados das companhias.

O analista de real estate da Empiricus, Caio Nabuco de Araújo, acrescenta que a incorporadora superou com folga as expectativas do mercado. Desta forma, após registrar salto de 85% no lucro líquido na base anual, a Cyrela deverá elevar a distribuição de dividendos ao longo do tempo.

Média/alta renda preocupa

Entretanto, os analistas do Bank of America (BofA) ressaltam que os lançamentos das empresas de médio/alto padrão cresceram entre abril e junho. Porém, o cenário ainda preocupa.

“Apesar das vendas fracas de estoque, os resultados do segmento foram bons”, comenta a equipe de real estate do banco norte-americano.

Contudo, os analistas continuam vendo um cenário difícil, já que as companhias do segmento acumulam um estoque em construção difícil de vender e devem enfrentar o pico de entregas em 2024 em meio aos desafios de acessibilidade.

“Isso pode levar a políticas de inadimplência e a descontos mais altos, o que pressionará as margens ainda mais”, reforça o BofA, que tem recomendação de venda para a Cyrela, Eztec (EZTC3) e Even (EVEN3) diante esse cenário.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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