Internacional

Putin diz que proposta chinesa pode ser base para paz na Ucrânia

21 mar 2023, 15:32 - atualizado em 21 mar 2023, 15:32
Putin
Putin acusou as potências ocidentais de lutar “até o último ucraniano”, enquanto Xi reiterou a “posição neutra” da China em relação à Ucrânia e pediu diálogo (Imagem: Sputnik/Mikhail Tereshchenko/Pool via REUTERS)

O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira, após conversas com o líder chinês, Xi Jinping, que as propostas chinesas podem ser usadas como base para um acordo de paz na Ucrânia, mas que o Ocidente e Kiev ainda não estão prontos para isso.

Em uma declaração conjunta emitida no final da visita de Estado de Xi a Moscou, os dois líderes alertaram contra quaisquer medidas que possam levar o conflito ucraniano a uma “fase incontrolável”, acrescentando enfaticamente que não pode haver vencedores em uma guerra nuclear.

Putin acusou as potências ocidentais de lutar “até o último ucraniano”, enquanto Xi reiterou a “posição neutra” da China em relação à Ucrânia e pediu diálogo.

“Acreditamos que muitas das provisões do plano de paz apresentado pela China estão em consonância com as abordagens russas e podem ser tomadas como base para um acordo pacífico quando estiverem prontos para isso no Ocidente e em Kiev. No entanto, até agora nós não vemos tal prontidão da parte deles”, disse Putin.

A proposta da China –um documento de 12 pontos pedindo uma redução na escalada e um eventual cessar-fogo na Ucrânia– carece de detalhes sobre como acabar com a guerra.

Os Estados Unidos rejeitaram a proposta chinesa, dada a recusa de Pequim em condenar a Rússia por causa da invasão da Ucrânia, e dizem que um cessar-fogo agora garantiria ganhos territoriais russos e daria ao Exército de Putin mais tempo para se reagrupar.

Kiev saudou o envolvimento diplomático da China, mas diz que a Rússia deve retirar suas tropas da Ucrânia e destaca a importância da integridade territorial do país.

As negociações do Kremlin têm o objetivo de cimentar a parceria “sem limites” que os dois líderes anunciaram em fevereiro do ano passado, menos de três semanas antes de a Rússia invadir a Ucrânia.

Os dois assinaram uma série de documentos sobre uma “cooperação estratégica” após o que Putin descreveu como conversas “bem-sucedidas e construtivas”, mostrando que a China agora é claramente o parceiro econômico mais importante da Rússia.

“Estou convencido de que nossa cooperação multifacetada continuará a se desenvolver para o bem dos povos de nossos países”, disse Putin em comentários televisionados.

A visita de Estado de Xi é um grande impulso para Putin, enquanto ele enfrenta o que vê como um Ocidente hostil empenhado em infligir uma “derrota estratégica” à Rússia.

O líder chinês visitou Moscou dias depois que um tribunal internacional emitiu um mandado de prisão contra Putin devido às ações da Rússia na Ucrânia, onde as forças russas fizeram pouco progresso nos últimos meses, apesar de sofrerem pesadas perdas.

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