Qual o impacto da tarifa de Trump na Petrobras (PETR4)?

A Petrobras (PETR3;PETR4) está avaliando o impacto da tarifa anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos do Brasil e mantém sua estratégia de buscar sempre “a melhor alternativa para a empresa em qualquer cenário”, disse a estatal em nota na noite de quarta-feira (9).
“O posicionamento comercial e a atuação global da Petrobras permitem monitorar permanentemente os movimentos do mercado internacional e observar as opções mais econômicas.”
Em carta enviada ao governo brasileiro no início da noite desta quarta-feira (9), Trump anunciou a adoção de uma tarifa de 50% aos produtos originados do Brasil vendidos aos EUA. O chefe da Casa Branca vinculou a decisão ao tratamento recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) sob acusação de planejar um golpe de Estado.
Em reação, os American Depositary Receipts (ADRs) negociados na Bolsa de Nova York (NYSE), sob o ticker PBR e PBRa, chegaram a cair quase 2% no pré-mercado desta quinta-feira (10).
Na bolsa brasileira, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) iniciaram a sessão em baixa de 1%, a R$ 32,00, e os papéis ordinários PETR3 com recuo de 0,54%, a R$ 35,08. Acompanhe o Tempo Real
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O que dizem os analistas?
A Petrobras é uma das companhias brasileiras que são impactadas pela tarifa de 50% imposta por Trump. Nas contas da XP, cerca de 4% das receitas da estatal são provenientes de exportações do petróleo bruto e refinado para os Estados Unidos.
O BTG Pactual também considera que, embora combustíveis produzidos pela petroleira representem 37% da exportação para o território norte-americanas, “os volumes absolutos são pequenos e facilmente redirecionáveis”.
Sendo assim, por ter baixa exposição ao mercado norte-americano, o impacto direto tende a ser limitado.
Além disso, “ainda não está claro se as exportações de petróleo estarão ou não isentas dessa nova tarifa. Por exemplo, o petróleo não foi incluído no recente anúncio do ‘Liberation Day’. Caso o petróleo não seja isento, existe a possibilidade de redirecionamento das exportações para outros mercados, possivelmente com algum desconto adicional no preço”, afirmaram os analistas Vicente Falanga e Ricardo França do Bradesco BBI/Ágora Investimentos.
A tarifação também pode levar a uma mudança no perfil de compradores de petróleo, se confirmada, com uma possível maior participação de países asiáticos em detrimento dos Estados Unidos, na avaliação da consultoria StoneX.
Em um pior cenário, a consultoria afirmou que “impactos de curto prazo podem envolver um recuo nas exportações de petróleo enquanto essas alterações se concretizam”.
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Exportação de petróleo
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil tanto em exportações quanto importações, com maior concentração em commodities.
Cerca de 18,8% das exportações brasileiras para o mercado norte-americano são de petróleo bruto e refinado.
Em 2024, o Brasil exportou US$ 7,6 bilhões em petróleo e combustíveis para os EUA, representando 18,8% das exportações brasileiras para o país e 13,4% das exportações totais de óleo e combustíveis do Brasil.