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Quebra de safra no Brasil deve levar estoque de suco de laranja ao limite em 2022

09 jun 2021, 10:12 - atualizado em 09 jun 2021, 10:12
Laranjas à venda em barraca de feira no Rio de Janeiro
A produção está prevista para vir abaixo da média histórica, deve pressionar os estoques de suco ao patamar mínimo necessário para a indústria em 2022 (Imagem: REUTERS/Pilar Olivares)

A nova safra de laranja (2021/22) do cinturão de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, cuja produção está prevista para vir abaixo da média histórica, deve pressionar os estoques de suco ao patamar mínimo necessário para a indústria em 2022, alertou a associação de exportadores da bebida CitrusBR nesta quarta-feira.

As reservas de suco de laranja concentrado equivalente a 66 graus brix em poder das empresas associadas à CitrusBR devem ficar em 310.759 toneladas em 30 de junho de 2021, no fim da temporada atual, queda de 34% ante o ciclo anterior.

Embora seja necessário esperar o amadurecimento da safra que se inicia, é possível prever que os estoques em 30 de junho de 2022 estarão ainda menores que os atuais, disse em nota o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.

“A tendência é que os estoques em 2022 estejam realmente próximos do que se chama de limite técnico de operação, que é justamente a quantidade de produto necessária para que possamos atravessar um longo período que começa com o fim do processamento de uma safra e se estende até a disponibilidade de suco da safra seguinte.”

Ele lembrou que a safra 2021/22 foi estimada pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) em 294,17 milhões de caixas de 40,8 quilos, maior que a temporada atual –devido ao ciclo de alta na produção.

Mas o volume, 10,5% abaixo da média histórica, “interrompe uma longa série de alternância entre safras grandes e safras pequenas, iniciada no período 2014/15″.

“Esse fenômeno tem sido importante para a manutenção dos estoques em níveis confortáveis para as indústrias e para o mercado, contudo, teremos um ano desafiador pela frente com uma safra bem complicada”, afirmou o diretor.

A menor produção esperada para 2021/22, na comparação com a média, vem após seca e altas temperaturas registradas na temporada anterior que levaram à maior quebra de produção já vista na série de análises do Fundecitrus desde 1988.

A região fechou 2020/21 com baixa de 30,55%, a 268,63 milhões de caixas de 40,8 kg.

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