Queda do lucro, ROE sob pressão: O que esperar dos resultados de BB (BBAS3) no 1T25?

O Banco do Brasil (BBAS3) entra em campo na próxima quinta-feira (15) com a expectativa de divulgar resultados fracos, pelo menos na visão dos analistas.
A média do mercado esperava lucro de R$ 9 bilhões, o que significaria uma queda de 2% no ano, interrompendo a sequência de 16 trimestres consecutivos de crescimento anual do lucro.
Porém, há casas ainda mais pessimistas.
O Safra, por exemplo, refez as contas para a projeção de lucro e agora vê uma cifra em R$ 8,5 bilhões, antes em R$ 9,2 bilhões, ou seja, um corte na casa dos R$ 700 milhões.
Se os analistas estiverem certos, o lucro deverá recuar 8,8% no ano e 11,4% no trimestre.
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Além disso, o banco também espera uma margem líquida mais estável na comparação anual, com um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) ajustado de 19%, ou seja, abaixo do número mágico do mercado de 20%.
O Bradesco BBI também espera que o BB entregue um ROE abaixo de 20%.
Com isso, a estatal encerraria o período abaixo de 20%, número considerado ‘mágico’ por analistas. Desde o segundo trimestre de 2022, o BB mantém a rentabilidade acima da marca.
E por falar em Bradesco, o BBI espera lucro em R$ 8,7 bilhões, queda de 9% no ano e 6,2% no trimestre.
De acordo com a casa, a estatal terá um início de ano pressionado, refletindo provisões mais altas.
Um problema para o BB nos últimos trimestres, a inadimplência rural pesará, enquanto a receita líquida de juros pode ser prejudicada por receitas com floating menores, devido a depósitos sazonalmente mais fracos.
No quarto trimestre, o BB já viu o ROE cair 1,68 ponto percentual, a 20,3%. Apesar disso, a administração está confiante que o banco vai continuar entregando rentabilidade acima dos 20% em 2025.
Pausa momentânea do Banco do Brasil
Para a Genial, o lucro deverá ser de R$ 8,90 bilhões, quedas de 7,1% no trimestre e 4,3% no ano.
O ROE, que mede a rentabilidade, deve atingir 18,6%, refletindo uma retração de 2,5%. O desempenho modesto do trimestre deve ser impactado principalmente por:
- Inadimplência persistente no segmento agro, especialmente na cadeia da soja;
- Aumento das provisões, refletindo a adoção da Nova Resolução 4.966, que introduz o modelo de perdas esperadas;
- Sazonalidade negativa típica do 1T, com menor número de dias úteis e atividade econômica mais fraca, limitando o avanço das receitas;
“Os dados de crédito do Banco Central (Relatório de Crédito, fev/2025) reforçam os desafios no segmento rural, com inadimplência crescente, especialmente entre produtores mais alavancados no Centro-Oeste”.
Ao todo, 1/3 da carteira do BB é exposta ao agronegócio.
Apesar das pressões de curto prazo, a Genial projeta recuperação ao longo de 2025, com queda na inadimplência rural a partir do segundo trimestre.
“A escalada de tarifas dos EUA sobre a China deve impulsionar a demanda chinesa por soja brasileira, elevando preços e fortalecendo a cadeia da commodity”.