Queda dos juros vem aí em 2026 e, para o BTG, o lucro desta empresa pode saltar até 75% a cada corte de 1 p.p. da Selic
O início do ciclo de flexibilização monetária previsto para 2026 pode redefinir o mapa de rentabilidade das empresas brasileiras — e o Magazine Luiza (MGLU3) desponta como o maior potencial beneficiado.
Segundo o BTG Pactual, cada corte de 1 ponto percentual (p.p.) da Selic pode elevar em 75% o lucro da varejista. Os economistas, no entanto, destacam que atualmente a companhia “mal tem lucro, com uma margem líquida de apenas 1%”.
A projeção do banco parte do cenário de desaceleração da atividade econômica, arrefecimento da inflação — inclusive nos núcleos — e sinais claros de inflexão no mercado de trabalho.
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Esse conjunto, segundo a equipe do BTG, deve fornecer ao Banco Central “convicção suficiente” para iniciar o ciclo de queda da taxa básica de juros em janeiro de 2026. A expectativa é de uma redução total de 3 p.p. ao longo do ano que vem.
A sensibilidade dos lucros corporativos à queda dos juros foi calculada a partir de um universo de 98 empresas brasileiras listadas. No consolidado, o ganho estimado é de 0,7% para cada redução de 1 p.p. da Selic. Sem Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) — companhias de grande peso e baixa sensibilidade ao juro —, esse impacto sobe para 1%.
O destaque, no entanto, é o varejo, setor mais alavancado e sensível ao custo da dívida. Para cada corte de 1 p.p. da taxa, o lucro dos varejistas deve avançar, em média, 4%.
Na sequência aparecem locadoras de veículos (3,9%), shopping centers (3,4%), empresas de serviços básicos e concessionárias de rodovias.
Quem mais ganha com a queda da Selic?
O BTG ressalta que empresas altamente endividadas e com passivos atrelados a taxas flutuantes tendem a capturar grande parte do alívio nos juros — independentemente do setor em que atuam.
Dentro desse grupo, o banco lista as companhias que mais devem se beneficiar:
- Magazine Luiza: 75%
- Jalles Machado: 32%
- Dasa: 27%
- Movida: 18%
- Assaí: 13%
- Camil: 10%
- CSN, Energisa, Pague Menos e Ânima: 6%
- Qualicorp e SLC: 5%
- MRV, Motiva, Iguatemi, Neoenergia, Ultrapar e Usiminas: 4%
- Multiplan, Mater Dei, Sabesp, CPFL, Taesa, Isa Energia e Allos: 3%
Caso o ciclo de flexibilização monetária se confirme como projetado pelo BTG, setores intensivos em capital e empresas alavancadas podem ter forte alívio financeiro. No varejo, especialmente, a queda da Selic tende a funcionar como um gatilho para recomposição das margens, melhora do fluxo de caixa e retomada da capacidade de investimento.