Corrupção

Queiroz depositou R$ 72 mil em contas de Michelle Bolsonaro

07 ago 2020, 18:55 - atualizado em 07 ago 2020, 18:55
Michelle Bolsonaro
Além dos valores depositados por Queiroz, a mulher do ex-assessor parlamentar também fez repasses, no valor total de 17 mil reais, à Michelle Bolsonaro (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), depositou 72 mil reais em cheques na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro entre 2011 e 2018, período em que é suspeito de operar um esquema de “rachadinha” no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), de acordo com a quebra do sigilo bancário de Queiroz revelada pela mídia nesta sexta-feira.

Os dados bancários foram divulgados inicialmente pela revista “Crusoé” e confirmados pelos jornais O Globo, O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo, de acordo com as publicações.

Queiroz é investigado por suspeita de liderar um esquema de desvio e apropriação de salários de servidores do gabinete do filho mais velho do presidente na Alerj, a chamada “rachadinha”, e atualmente encontra-se em prisão domiciliar.

Em 2018, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação atípica de 1,2 milhão de reais por parte do ex-assessor. À época, Bolsonaro reconheceu que havia depósitos de Queiroz na conta de Michelle Bolsonaro, e disse serem em função de um empréstimo de 40 mil reais que havia feito a Queiroz.

Em depoimento no mês passado no âmbito das investigações, Queiroz não respondeu às perguntas dos promotores. O MP fluminense tentava ouvir Queiroz há cerca de um ano e meio, mas ele alegou problemas de saúde para não comparecer aos depoimentos e chegou a encaminhar uma carta ao MP negando que coordenasse o suposto esquema.

Fabrício Queiroz
Queiroz não respondeu às perguntas dos promotores. O MP fluminense tentava ouvir Queiroz há cerca de um ano e meio (Imagem: Reprodução/SBT)

Queiroz foi preso em junho na casa do advogado Frederick Wassef –que defendia Flávio e já atuou para o presidente da República– em Atibaia, no interior de São Paulo, e ficou detido por três semanas no complexo de Bangu até que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) lhe concedesse prisão domiciliar. A esposa de Queiroz, Márcia Aguiar, que estava foragida desde a prisão do marido, também recebeu o benefício de prisão domiciliar.

Além dos valores depositados por Queiroz, a mulher do ex-assessor parlamentar também fez repasses, no valor total de 17 mil reais, à Michelle Bolsonaro, em 2011, de acordo com a Folha.

Flávio Bolsonaro, que também é alvo das investigações por suposta apropriação de parte dos salários de seus assessores quando era deputado estadual, afirma, por meio de sua defesa, que “não praticou qualquer irregularidade e que confia na Justiça”.

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