Emprego

Quem procura acha: buscar emprego no final de ano traz vantagens

16 dez 2025, 9:21 - atualizado em 15 dez 2025, 15:29
emprego trabalho
(Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

Enquanto muita gente já entrou em modo retrospectiva, férias e promessas para o ano novo, uma parte do mercado segue funcionando em ritmo normal. E quem acredita que “o ano já acabou” pode estar deixando um desejado presente fora de sua árvore de natal. 

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O mito do “ano já acabou” custa caro  

Existe um fenômeno que costuma acontecer no mercado de trabalho brasileiro: quando o calendário vira para dezembro, muitos profissionais reduzem o ritmo ou suspendem totalmente a busca por recolocação.  

O raciocínio é simples (e equivocado): “agora só em janeiro, porque ninguém contrata no fim do ano”.  

O efeito prático disso é outro. Cada pessoa que desiste de procurar emprego em dezembro reduz a concorrência nos processos seletivos em andamento — e isso aumenta, de forma direta, as chances de quem segue enviando currículo, fazendo contatos e participando de entrevistas.  

“O mercado está reagindo melhor do que muita gente imagina. Há oportunidades surgindo em diversos setores, especialmente neste último trimestre”, afirma Rafaela Regis, especialista em recrutamento e sócia da ATRATIVARH, consultoria baiana focada em seleção, em entrevista para o jornal Correio.  

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Mercado aquecido no final de ano 

Os dados ajudam a desmontar o mito. Segundo a PNAD Contínua do IBGE, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,4% no trimestre encerrado em outubro, um dos níveis mais baixos desde 2012. Na Bahia, o índice caiu para 8,5%, o menor da série histórica recente, ainda acima da média nacional, mas em trajetória de melhora.  

Na prática, isso significa que empresas continuam contratando, ajustando equipes e preparando seus quadros para o início do ano seguinte.  

Outubro, novembro e dezembro: o “tempo-chave” das seleções  

Outro ponto ignorado por quem adia a busca é o fator tempo. Segundo recrutadores, outubro, novembro e dezembro são meses estratégicos para selecionar profissionais que começam a trabalhar em janeiro.  

Esperar o ano virar pode significar entrar nos processos com até três meses de atraso. Quando janeiro chega, muitas vagas já foram preenchidas ou estão em fase final de decisão.  

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Vaga temporária pode virar emprego fixo (e com vantagem)  

Um erro comum é tratar vagas temporárias como algo instável ou descartável. Na prática, elas funcionam hoje como um processo seletivo estendido.  

“Temporário não significa instável. Para muitas empresas, é a forma mais eficiente de observar quem entrega resultado, quem tem atitude e quem se adapta rápido”, explica Rafaela Regis.  

O desempenho durante esse período costuma pesar (e muito) na hora de efetivar profissionais no início do ano seguinte. Características básicas continuam sendo decisivas: 

  • Assiduidade  
  • Responsabilidade  
  • Boa comunicação 
  • Organização 
  • Vontade genuína de aprender  

“O básico nunca sai de moda. Quem demonstra postura profissional desde o primeiro dia passa raramente despercebido”, diz a especialista.  

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O que fazer diferente na busca por emprego no fim do ano  

Se você decide seguir ativo em dezembro, alguns movimentos aumentam suas chances:  

Fale com gestores de RH  

Com menos currículos chegando, profissionais de RH ficam mais abertos a abordagens diretas e costumam ter mais tempo para responder mensagens e e-mails.  

Evite contato direto com diretores  

Alta liderança costuma estar focada em fechamento financeiro anual. O risco de sua mensagem se perder, ou incomodar, é maior.  

Considere empresas de terceirização  

Se a ideia é renda extra ou recolocação rápida, empresas de RH e terceirização concentram muitas vagas nesse período e sofrem justamente com a falta de candidatos.  

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Por que empresas correm para contratar antes de janeiro  

Há ainda um fator pouco conhecido fora das trincheiras do RH: orçamento. Em muitos casos, gestores são pressionados a preencher vagas antes que os budgets de contratação sejam reajustados em janeiro.  

“Eles precisam ‘usar ou perder’”, resume Nicole Fernandez-Valle, sócia-líder de aquisição de talentos do Royal Caribbean Group. “Este ainda é um período de muito trabalho para nossas equipes de recrutamento.”  

Ou seja: entrevistas continuam acontecendo e decisões também.  

Festas ajudam mais do que atrapalham  

O clima de fim de ano também joga a favor de quem busca emprego. Pessoas tendem a estar mais abertas a conversas, indicações e contatos informais. “É um bom momento para falar com quem pode ajudar na sua busca.  

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As pessoas estão mais propensas a atender ligações e responder mensagens”, afirma Julia Levy, recrutadora independente e autora do livro ‘From Hi to Hired’. 

O contraponto vem logo depois: em janeiro, a concorrência explode. Quem adiou a busca volta ao mercado e novos candidatos entram no jogo. 

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Repórter
Jornalista com pós-graduação em Literatura, Artes e Filosofia. Atua como repórter nos portais de notícias Money Times e Seu Dinheiro, onde também já trabalhou como Analista de SEO.
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