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R$ 0,50 ou R$ 1,80: duas visões distintas sobre as ações da Oi

16 jun 2020, 22:49 - atualizado em 17 jun 2020, 7:16
Oi OIBR3
Enquanto no início do ano passado as receitas de fibra representavam 1,3% do total de receitas do segmento residencial, agora representam 11,7% (Imagem: Money Times)

A Oi (OIBR3; OIBR4) está em um momento de enorme reviravolta e o resultado desta transformação pode criar tanto uma empresa eficiente e rentável, quanto uma companhia arrastando ativos indesejados por anos a fio.

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Estes dois caminhos foram apresentados ao mercado nesta terça-feira (15). Por um lado, a Oi mostrou a sua força de execução operacional concentrada na fibra ótica, que é o novo foco da tele em detrimento da sua parte móvel.

Apesar de amargar um prejuízo de R$ 6,254 bilhões no primeiro trimestre, impactado pelo câmbio desfavorável, as operações de fibra já se conectaram a 1 milhão de residências. Em um ano, a receita deste segmento disparou 712%, a R$ 194 milhões.

Enquanto no início do ano passado as receitas de fibra representavam 1,3% do total de receitas do segmento residencial, agora representam 11,7%.

“Esperamos que ela ganhe uma importância significativa para os resultados consolidados ao longo de 2020”, avaliam Fred Mendes e Flávia Meireles, da Ágora Investimentos. Para eles, a Oi vale R$ 1,80 por ação ordinária (OIBR3).

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“Vemos a Oi em uma posição muito melhor do que nos últimos anos, com uma estratégia clara e um balanço muito mais forte após a venda da Unitel, o que, a nosso ver, não se reflete no preço de suas ações. Reforçamos nossa recomendação de Compra e R$ 1,80 de preço-alvo para a OIBR3.

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A venda da unidade móvel poderia gerar aproximadamente R$ 15 bilhões para a Oi (Imagem: Gustavo Kahil/ Money Times)

Por outro lado

Foi a busca por uma empresa mais enxuta e com caixa para investimentos na fibra que motivou a Oi a apresentar um novo plano de recuperação judicial.

A Oi será separada em quatro unidades: Torres, responsável por 657 antenas de telefonia móvel; Data Center; Telefonia Móvel; e Infra. O plano apresentado ontem prevê a venda das três primeiras, o que renderia mais de R$ 16 bilhões à empresa. A Oi seria reduzida, portanto, aos serviços de infraestrutura de redes e telecomunicações.

A analista do Santander Maria Tereza Azevedo também vê com bons olhos o foco da administração na fibra, mas faz ressalvas. Segundo ela, existe um valor estratégico na separação dessa unidade, uma vantagem significativa na venda da divisão móvel e uma governança aprimorada.

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“Dito isso, fazer a ponte entre os resultados reais desafiadores do primeiro trimestre e a “nova Oi” traz riscos significativos de execução operacional e financeira. De fato, o desempenho da fibra da Oi tem sido impressionante, mas atualmente representa 12% da receita de telefonia fixa”, explica.

O Santander possui uma visão mais pragmática para o futuro da empresa e prefere ainda não precificar as incertezas, o que leva o preço-alvo para apenas R$ 0,65.

Credit Suisse segue a mesma avaliação. O analista Daniel Federle considerou que o plano “parece positivo, à primeira vista”. Mas, antes que os investidores pudessem se empolgar, acrescentou uma dose de ceticismo: “se [o plano] for executado.”

Federle afirmou ainda que o valor de R$ 15 bilhões, pelo qual a Oi aceita vender sua divisão de telefonia móvel, está dentro das estimativas do Credit Suisse, mas adverte que “detalhes cruciais ainda não estão claros”.

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A projeção do banco para as ações da Oi é de R$ 0,50.

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Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
gustavo.kahil@moneytimes.com.br
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.