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Radar do mercado: O que importa para a bolsa hoje, segundo 4 analistas

21 jan 2022, 9:41 - atualizado em 21 jan 2022, 9:42
Mercados Ações Wallstreet
(Imagem: REUTERS/Andrew Kelly)

O aperto monetário no exterior, a agenda de líderes políticos e as discussões em torno do Orçamento no Brasil estão no radar dos investidores nesta sexta-feira (21), segundo relatórios de abertura de mercado das corretoras.

O Ibovespa futuro caía 0,59% por volta das 9h30, após as bolsas internacionais amanhecerem sem direção definida (EUA 0% e Europa -1,3%). Na China, o índice de Hang Seng subiu 0,1%

Os resultados da Netflix apontando para uma desaceleração de crescimento somaram-se às expectativas de aperto monetário do Federal Reserve e contribuíram para a deterioração do sentimento dos investidores.

Veja o que importa para o mercado nesta sexta:

XP: Varejo na Europa

A XP Investimentos destaca que nesta manhã o Escritório Nacional de Estatísticas do Reino Unido (ONS, na sigla em inglês) divulgou que as vendas no comércio varejista britânico sofreram queda de 3,7% entre novembro e dezembro, em meio aos impactos da disseminação da variante Ômicron.

O resultado ficou muito aquém da expectativa do mercado, que indicava recuo de 0,6% na comparação mensal, diz.

Ainda na agenda econômica de hoje, a XP diz que o destaque é a divulgação de Indicadores Antecedentes nos Estados Unidos referentes a dezembro e da Confiança do Consumidor na Zona do Euro referente a janeiro.

O Fórum Econômico Mundial é outro evento importante, segundo a corretora. O evento contará com a participação da Presidente do BCE (Christine Lagarde), do Presidente do Banco Central do Japão (Haruhiko Kuroda), da Secretária do Tesouro dos Estados Unidos (Janet Yellen), da Diretora-Geral do Fundo Monetário Internacional (Kristalina Georgieva) e do Ministro da Economia do Brasil (Paulo Guedes).

Rico: PEC para conter alta dos combustíveis

A Rico diz que os investidores seguem atentos em Brasília e lembra que o governo discute com parlamentares a elaboração de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para conter a alta dos preços de combustíveis e eletricidade.

“Segundo veículos da imprensa, uma alternativa estudada autoriza o governo para, em momentos de crise e de forma temporária, reduzir ou até zerar as alíquotas dos tributos federais (PIS/Cofins) incidentes sobre gasolina, diesel e energia elétrica”, diz.

“Se zerados os tributos federais, estimamos que o impacto sobre a inflação ao consumidor (IPCA) anual seria de 0,89 p.p. – ou seja, uma inflação total um pouquinho mais baixa”, afirma.

Já no custo final para os consumidores, a expectativa da Rico é de uma redução de 76 centavos no preço da gasolina. “O desafio é que a proposta teria um impacto fiscal de aproximadamente R$ 70 bilhões, enquanto seu efeito seria apenas temporária”, explica.

“Ou seja, o governo estaria abrindo mão de 0,7% do PIB em receitas no ano, enquanto o imposto teria que voltar em algum momento, ou por conta do reequilíbrio tributário (podendo até voltar por meio da elevação de outros tributos), ou pelo fato de que a piora fiscal prejudicaria as expectativas de inflação para o ano que vem”.

Para a Rico, o provável efeito líquido da medida seria mais juros e mais inflação. “Diante disso, esperamos reações negativas no mercado com aumento da percepção de risco fiscal, caso a medida avance”.

Commcor: Reajuste salarial dos servidores

A Commcor diz que o mercado segue observando negociações em torno de reajustes aos policiais e os possíveis efeitos – a depender da decisão – nos servidores, que vêm ameaçando paralisações e greves que poderiam trazer dificuldades adicionais ao nosso cenário.

Genial: Investimentos estrangeiros

A Genial destaca que, segundo a Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), o fluxo de investimento estrangeiro direto (IED) para a economia brasileira cresceu mais de 100% em 2021 em relação a 2020.

Segundo a agência, após uma forte queda em 2020, devido à pandemia, quando o IED atingiu apenas US$ 30 bilhões, o fluxo de investimentos diretos atingiu US$ 58 bilhões em 2021, recuperando o nível pré-pandemia. “Com isto o país voltou a ser o sétimo país que mais atrai investimentos diretos no mundo”, diz a corretora.

“O reinvestimento das empresas estrangeiras já instaladas no país foi de US$ 24,5 bilhões, comparado a apenas US$ 5,5 bilhões em 2020. Os empréstimos entre companhias, que tinham apresentado uma redução de – US$ 5 bilhões em 2020, aumentaram US$ 4 bilhões em 2021, ao mesmo tempo em que os investimentos em capital atingiram US$ 30 bilhões, alta de 7%”.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.