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Radar do mercado: Ômicron, China e o que mais importa para a bolsa hoje, segundo 4 analistas

07 dez 2021, 10:09 - atualizado em 07 dez 2021, 10:09
Tom geral é de otimismo com o dia, reiterado pela alta de mais de 1% do Ibovespa futuro nesta manhã. (Imagem: REUTERS/Aly Song)

A ômicron, a PEC dos precatórios e dados da economia chinesa e da alemã são alguns dos destaques dos relatórios de abertura de mercado das corretoras nesta terça-feira (7), véspera de decisão de nova Selic.

O tom geral é de otimismo com o dia, reiterado pela alta de mais de 1% do Ibovespa futuro nesta manhã, com bolsas internacionais amanhecendo positivas — Estados Unidos em alta de 1,2% e Europa com ganhos de 1,8%.

Na China, o índice de Hang Seng subiu 2,7%, em um reflexo do anúncio do PBOC (banco central chinês) sobre uma redução nas reservas requeridas para os bancos a partir do dia 15 de dezembro.

O petróleo amanhece em alta de 2,5%, na esteira dos mercados globais, reduzindo temores em relação a queda de demanda pela commodity em virtude de possíveis novas paralisações globais.

Veja o dizem alguns dos principais analistas do país sobre esta terça:

Commcor: Risco ômicron

A Commcor diz que os investidores enxergam até o momento que a nova variante do coronavírus, apesar da sua alta transmissibilidade, está causando um baixo percentual de casos graves o que sinaliza menores impactos na recuperação econômica global.

“O bom humor visto até então também tem origem no noticiário econômico asiático. Ao contrário da maioria das grandes economias, o aperto monetário na China parece ser assunto ainda remoto”, diz.

O Banco do Povo da China anunciou ontem que irá reduzir a taxa de exigência de reserva, equivalente a taxa de compulsório por aqui, em 50 pb o que aumentará ainda mais a liquidez no país.

“A crise no setor imobiliário tem preocupado a autoridade monetária do país e tem sido argumento principal para o afrouxamento da política monetária”, comenta a corretora.

XP: Recuperação firme

A XP Investimentos sublinha que a Produção Industrial Alemã cresceu 2,8% mês a mês em outubro, a acima da expectativas de avanço de 1,0%.

O Índice de Expectativas Zew para dezembro ficou em 29,9, acima do esperado (25) e confortavelmente acima de zero, “sugerindo expansão”, segundo a XP.

“Os números indicam que, a menos que a Ômicron mude a perspectiva substancialmente, a recuperação econômica na maior economia da Europa permanece firme”.

Rico: Impasse sobre PEC dos Precatórios

A Rico destaca que o impasse da PEC dos Precatórios continua. “A legislação foi aprovada no Senado com modificações, e por isso deve voltar à Câmara (toda legislação modificada pela outra casa, diferente de onde partiu a proposta, precisa ser apreciada novamente)”.

A corretora lembra que alguns parlamentares querem promulgar desde já as partes do texto que não foram alteradas no Senado para acelerar o processo, mas diz que não há consenso.

“Sem a PEC, que modifica regras fiscais e adia o pagamento de dívidas judiciais, o governo não poderá incluir no orçamento de 2022 o novo programa de transferência de renda “Auxílio Brasil”, nem pagar parte das despesas obrigatórias corrigidas pela inflação”, diz.

Genial: PEC fatiada

Para a Genial, a pergunta é se a PEC pode ser “fatiada”, promulgando apenas a parte que não sofreu mudanças e enviando o que mudou de volta para a Câmara, ou se tem de enviar toda a PEC de volta para a análise da Câmara.

“É uma decisão importante. Caso possa ser fatiada, o governo poderá iniciar o pagamento do programa Auxilio Brasil já em dezembro de 2021”, diz.

“Caso contrario, como não haverá tempo antes do recesso parlamentar de discutir e aprovar a PEC na Câmara, não sabemos que solução será adotada para que o Presidente possa iniciar o programa ainda em 2021. O que vai aumentar a tensão nos mercados financeiros do Brasil”.

 

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
kaype.abreu@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.