Mercados

Radar do mercado: Paralisação dos servidores e alta dos treasuries colocam pressão sobre Ibovespa

18 jan 2022, 9:34 - atualizado em 18 jan 2022, 9:47
BB espera que os ativos apresentem viés de cautela, diante da conjunção dos fatores externos e internos. (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A paralisação dos servidores no Brasil e a expectativa de que o Fed comece o ciclo de aperto monetário em março nos Estados Unidos são alguns dos destaques dos relatórios de abertura das corretoras nesta terça-feira (18).

O Ibovespa futuro caía 0,86 por volta das 9h30, após os mercados globais amanhecerem negativos (EUA em baixa de 1,2% e Europa em queda de 1,2%) com o avanço da taxa de juros dos títulos de 10 anos americanos para 1,83%, maior valor dos últimos dois anos.

Na China, o índice CSI 300 subiu 1,0%, ainda reverberando a política monetária mais acomodativa anunciada pelo banco central chinês na segunda-feira (17). O índice de Hang Seng fechou em baixa de 0,4%.

Veja o que importa para a bolsa nesta terça, segundo quatro analistas:

BB Investimentos: Impacto nas contas públicas

Para o BB Investimentos, a pressão do funcionalismo público federal por reajustes salariais segue gerando preocupações por possíveis novos impactos nas contas públicas e eventuais pressões inflacionárias.

“No mais, seguem no radar a provável pressão política por mais gastos em um ano eleitoral, os receios de aumento de despesas provocadas por uma nova onda da pandemia, a possível ampliação do programa Auxílio Brasil e o noticiário em torno do Orçamento de 2022 que precisa ser sancionado ou vetado até a próxima sexta-feira (21)”.

O banco espera que os ativos apresentem viés de cautela, diante da conjunção dos fatores externos e internos, com o Ibovespa operando em queda, enquanto o dólar e a curva de juros devem apontar alta, diz.

Safra: Mobilização limitada

O Safra comenta que a participação dos servidores na paralisação pode ser limitada por conta das férias e do receio com a variante Ômicron. O banco lembra que a mobilização poderá ser remarcada por conta da adesão.

Servidores pedem reajuste de 28%, o que para o Safra é difícil de ser concretizado — cada 1% de aumento cresce em R$3 bilhões as contas do governo, sublinha o banco, que pondera ainda que o Supremo Tribunal Federal (STF) pode derrubar aumento caso seja dado reajuste a um cargo só.

Ágora: Alta dos juros dos treasuries

A Ágora Investimentos vê a aversão ao risco no cenário internacional pesando mais nos mercados domésticos, em um dia de agenda econômica esvaziada. “A alta dos juros dos treasuries e do dólar ante outras moedas emergentes tendem a pressionar os juros futuros e câmbio”, comenta.

“O BC americano tem sinalizado que deve anunciar sua primeira elevação de juros na reunião de março, em função da persistência da inflação alta e à medida que o mercado de trabalho segue se recuperando dos impactos da pandemia do covid-19”, comenta.

XP: Preços do petróleo atinge maior nível em 7 anos

A XP Investimentos destaca que os preços do petróleo atingiram o nível mais alto em sete anos, “colocando em risco a desinflação global prevista para este ano”. O petróleo Brent atingiu 87,3 dólares por barril esta manhã, enquanto o petróleo WTI está acima de $ 85.

“A tendência é impulsionada pela forte demanda nas maiores regiões consumidoras do mundo, como EUA e Europa, e está acontecendo apesar da sinalização do Fed de uma política monetária mais apertada à frente”, comenta.

A tensão renovada no Golfo Pérsico, responsável por cerca de 40% do petróleo transoceânico no mundo, também contribuiu para pressionar os preços.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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