BusinessTimes

Radio Cash: O Brasil se tornará um país liberal? Salim Mattar responde

28 abr 2021, 10:30 - atualizado em 28 abr 2021, 10:30
Salim Mattar
“O Brasil não corre o risco de dar certo”, afirma, citando outro liberal conhecido, Roberto Campos. “A máquina não aceita ser reduzida”, completa (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O presidente Jair Bolsonaro foi eleito prometendo privatizar empresas públicas e enxugar o Estado, algo impensável há alguns anos.

Mas o governo avançou pouco, nestes dois anos, com as tão aguardadas vendas das estatais. O que deu errado? Será que o Brasil, algum dia, se tornará um país verdadeiramente liberal?

Para responder a essas e outras perguntas, o RadioCash, comandado por Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus, George Wachsmann, da gestora Vitreo, e Ana Westphalen, responsável pela área de fundos da Empiricus, conversaram Salim Mattar, ex-secretário de Desestatização do governo Bolsonaro.

“O Brasil não corre o risco de dar certo”, afirma, citando outro liberal conhecido, Roberto Campos. “A máquina não aceita ser reduzida”, completa.

O executivo deixou a presidência do conselho da Localiza (RENT3) em 2018 para integrar o governo. Sua função era privatizar algumas das quase 700 estatais brasileiras. Dezoito meses depois, ele deixou o governo com apenas uma estatal fechada, a Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais (Casemg).

“Bom negócio”

“Um dos bons negócios no Brasil é você ser sócio do governo. Isso aconteceu muito ao longo dos anos. Quando eu percebi que o establishment não desejava privatizar, eu pensei: energia demais para resultado de menos”, afirma.

Mesmo assim, Mattar afirma que a passagem pelo governo serviu para mostrar “as entranhas do poder por dentro”.

“Esse país foi descoberto há 500 anos e nunca houve um governo liberal. Ele está sendo governado por sociais-democratas, que além de governá-lo por 35 anos, deixaram um legado que chama Constituição de 1988, absolutamente centralizadora. É graças a isso que temos esse estado gigantesco”, provoca.

Segundo o executivo, o liberalismo é difícil de alcançar a base da população brasileira, diferente de outros discursos populistas. “O liberalismo não faz ninguém ganhar eleição”, diz.

Além disso, Mattar fala sobre os bastidores de sua passagem pelo governo e aponta por que é tão difícil executar a agenda liberal no Brasil.

Ouça aqui:

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.