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Raízen ou Cosan: qual investir para ter mais retorno?

13 set 2021, 19:19 - atualizado em 17 set 2021, 8:57
A Raízen é o negócio mais importante para a Cosan, respondendo por 60% do valor do ativo líquido (NAV, na sigla em inglês)

Uma das questões que afligem os investidores é: investir na controlada ou na controladora? Esse é o caso da Cosan (CSAN3). No último mês, a Raízen (RAIZ4), uma joint venture entre a companhia e a Shell, realizou o seu IPO (Oferta Pública de Ações), levantando R$ 6,9 milhões. 

O Bank Of America, que iniciou a cobertura tanto da Cosan quanto da Raízen, tem a resposta: depende.

“Em nossa opinião, ambas as ações têm um potencial significativo de alta e oportunidades de crescimento que não estão precificadas. Mas notamos que o momento em que esse crescimento começará a se materializar é diferente. Estimamos que a Raízen pode crescer o Ebitda em quase 50% nos próximos dois anos, enquanto os demais negócios da Cosan devem crescer de forma mais gradual, principalmente Compass”, aponta. 

O BofA diz que, embora a aquisição da Gaspetro e os projetos futuros de infraestrutura de gás sejam potencialmente cumulativos, eles devem levar alguns anos para se tornarem relevantes.

“Por fim, o desempenho das ações da Cosan também depende do estreitamento do desconto SOTP (Sum-of-the-Parts Valuation ou Avaliação da Soma das Peças, em português) para o qual ainda não vemos um catalisador claro”, completa.

Veja o comparativo das duas ações, segundo o BofA:

Empresa Recomendação Preço-alvo Potencial
Cosan Compra R$ 43 90%
Raízen Compra R$ 12 72%

Ainda segundo o Bank of America, a Raízen é o negócio mais importante para a Cosan, respondendo por 60% do valor do ativo líquido (NAV, na sigla em inglês) e do Ebitda de 2022.

“Também estimamos que a Raízen deverá responder por 60% do crescimento do Ebitda da Cosan nos próximos três anos (assumindo uma participação de 30% na Rumo), principalmente em função da recuperação da produtividade da cana e dos altos preços das commodities”, completa.

Papel não precificado

Para o BofA, a Cosan vem entregando o plano de simplificar a estrutura societária e de destravar o valor de suas subsidiárias (IPO da Raízen, venda de participação na Compass), além de acelerar o crescimento (aquisição da Gaspetro, joint venture de mineração, terminal de regaseificação da Compass, E2G , biogás).

“Embora ainda não incluamos essas iniciativas de crescimento em nosso modelo, dados seus horizontes de longo prazo e a falta de alguns detalhes financeiros, acreditamos que o valor dos negócios existentes ainda não está totalmente refletido no preço das ações, enquanto vemos uma soma de – desconto nas peças de 13%”, completa.

Por que a ação da Raízen é mais que uma promessa?

Na última sexta-feira (10), o UBS iniciou a cobertura das ações da Raízen bastante otimista.

Avaliando todo o espectro de negócios da companhia brasileira, que opera com distribuição de combustíveis no Brasil e na Argentina, contando também com atuações em Renováveis e Açúcar, analistas do UBS destacam um ponto ímpar alcançado pela Raízen:

“Em Renováveis e Açúcar, a Raízen conseguiu uma escala que consideramos difícil de dar certo, permitindo à empresa surfar os fundamentos do setor, e do ponto de vista estrutural, o cenário para o açúcar e o etanol é positivo”, comenta o time de especialistas.

Para o banco suíço, os fortes resultados que a Raízen deve entregar — principalmente em ambos setores já mencionados — podem parecer fora do horizonte que os investidores possam levar em conta, e reforça que a ação é uma rara oportunidade para expor a carteira de investimentos ao business de biocombustíveis e energias renováveis.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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