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Raízen (RAIZ4) cai 3% após resultados, com reestruturação no radar

14 maio 2025, 12:46 - atualizado em 14 maio 2025, 12:46
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(Imagem: Divulgação)

As ações da Raízen (RAIZ4) respondem negativamente aos resultados do quarto semestre da Safra 24/25 (4T25). Por volta das 12h30, a queda era de 3,3%.



Para a XP Investimentos, os resultados abaixo do esperado refletem os desafios do processo de turnaround da companhia, que mira a reciclagem de portfólio, renovação da liderança e reestruturação das operações comerciais, vista como positiva pelos analistas.

A receita líquida reportada pela empresa ficou em linha com as projeções da casa, com alta de 7,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, a R$ 57,7 bilhões.

No entanto, o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,7 bilhão, uma queda de 53,3% na comparação anual. O número também ficou 38% abaixo das expectativas da XP.

No segmento de açúcar e renováveis, a corretora atribui o resultado à menor disponibilidade de produtos, que pesou mais do que os preços ligeiramente mais altos de açúcar e etanol, embora trading ainda tenha sido um fator de redução de margem no açúcar. 

Em relação a mobilidade, o ambiente de oferta no Brasil e problemas com o biodiesel resultaram em margens inferiores ao esperado, enquanto a Argentina ajudou a compensar parcialmente o impacto negativo. 

Os analistas afirmam que valorizam as projeções operacionais e de investimento de capital da Raízen, mas a perspectiva ainda permanece ofuscada pela complexidade de sua reestruturação.

A corretora pode revisar as estimativas, porém, no momento a recomendação é de compra, com preço-alvo de R$ 4,40.

A companhia de combustíveis e açúcar teve prejuízo no quarto trimestre fiscal de R$ 2,5 bilhões, um salto ante o desempenho negativo de R$ 879 milhões apurado no mesmo período do ano passado.

A empresa, que acompanha o ano safra e opera postos da rede Shell no Brasil, também divulgou na véspera projeções para 2025/26. A expectativa é de processamento de cana entre 72 e 75 milhões de toneladas (já desconsiderando parcela desinvestida), redução e otimização de estruturas com benefício de R$ 500 milhões no ano (nominal), e investimentos de R$ 9 bilhões a R$ 9,8 bilhões, após R$ 11,91 bilhões realizados na temporada anterior.

CEO da Raízen comentou reestruturação

Segundo Nelson Gomes, CEO da Raízen, a empresa “está de volta” aos negócios principais, como produção de açúcar, etanol, bioenergia e distribuição de combustíveis.

Em comentário após a divulgação dos números, o executivo destacou que a Raízen está redefinindo a área de trading, focando nas operações de melhor valor, com redução de posições em mercados de maior risco como açúcar branco.

A companhia inicia a moagem da safra 2025/26, que será afetada pelo clima seco no ano passado e pelas queimadas de 2024, com alguns canaviais não registrando recuperação após o impacto do fogo, segundo o diretor de Relações com Investidores, Phillipe Casale.

O CEO ainda ressaltou que a companhia segue com vendas de ativos que não são considerados importantes, visando maior eficiência e redução do endividamento. Na segunda-feira (12), a Raízen assinou a venda da usina de Leme por R$425 milhões.

*Com informações da Reuters

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
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