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Raízen (RAIZ4) deve superar fiasco do etanol; desconto nas ações supera 50%

15 ago 2023, 14:47 - atualizado em 15 ago 2023, 14:47
Combustíveis Gasolina Diesel Etanol
Raízen (RAIZ4) estava preocupada com preços baixos do etanol, contudo, o cenário mudou. (Imagem: Agência Brasil/Tomaz Silva)

O mercado ainda não precificou com precisão o quanto a Raízen (RAIZ4) deve superar o fiasco do etanol nos próximos trimestres, conforme o Bank of America. Analistas do banco avaliam que a produtora de açúcar e etanol pode disparar mais de 50% nos próximos 12 meses.

Embora os resultados da Raízen no primeiro trimestre da safra 2023/2024 tenham saído mistos, o banco estrangeiro destaca três pontos positivos:

  • melhora significativa das margens da cana-de-açúcar;
  • estratégia de hedge (proteção) favorável ao açúcar; e
  • prêmio nos preços do etanol.

Com um valor de mercado no etanol de segunda geração ainda despercebido, o Bank of America reitera compra para a Raízen, com preço-alvo de R$ 5,90.



Portanto, a ação ainda tem um bom desconto ante a cotação atual ao redor de R$ 3,80.

Raízen abastece com etanol

O etanol começa a reverter o fiasco no último trimestre. Afinal, o reajuste de preço da gasolina pela Petrobras (PETR4) deve valorizar o etanol.

Conforme o CEO da Raízen, Ricardo Mussa, o aumento da gasolina deve ajudar na comercialização de etanol da companhia. Ele admitiu preocupação com os valores baixos do biocombustível, reflexo da política da petroleira para o derivado de petróleo, durante teleconferência.

A Raízen registrou queda de 23,3% nas vendas de etanol de suas usinas, para 1,07 bilhão de litros, no primeiro trimestre da safra 2023/24.

Por isso a safra reflete a estratégia de comercialização, “em função da perda momentânea de competitividade do etanol frente à gasolina no período”, além da maior destinação de cana para a produção de açúcar.

A produção de etanol de primeira geração atingiu 944 milhões de litros no trimestre, queda anual de 6,4%.

Já a produção de etanol de segunda geração, a partir de biomassa, somou 7,7 milhões de litros no trimestre, aumento de 1,3% na mesma comparação, e deve avançar mais com a inauguração em setembro da Planta #2, em Guariba (SP), com capacidade de 82 milhões de litros/ano.

Com queda nas vendas de etanol maior do que na produção do combustível primeira geração, os estoques aumentaram 2% para 734 milhões de litros ao final do trimestre, na comparação anual.

Mussa destacou que os preços do etanol tradicionalmente se fortalecem no mercado interno ao final do ano. É quando começa a entressafra no centro-sul, e que também a companhia foca exportações do combustível.

Prêmio do etanol

A Raízen afirma que o preço médio de venda do etanol da Raízen tem prêmio de 17% sobre o preço de referência do mercado local. Portanto, o portfólio da empresa privilegia a venda de etanol industrial e combustível para clientes globais com precificação diferenciada.

Atualmente, 80% do etanol produzido pela Raízen é anidro (misturado à gasolina no Brasil) e possui precificação diferenciada e prêmios de baixo carbono, segundo a empresa.

O CEO disse também que aumento de preços do diesel pela Petrobras era esperado, porque a situação estava desafiadora para o suprimento do combustível no país.

*Com informações da Reuters

Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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