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RAIZ4 tomba mais 12% e encosta nos centavos; veja o que Raízen vai fazer para virar o jogo (e se vale comprar)

14 ago 2025, 11:47 - atualizado em 14 ago 2025, 11:47
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A dívida líquida agora soma R$ 49,2 bilhões, um salto de 56% em relação ao primeiro semestre da safra anterior (Imagem: Divulgação)

As ações da Raízen (RAIZ4) despencam nesta quinta-feira (14), após a divulgação dos resultados da empresa no primeiro trimestre da safra 2025/26 (1T26). Por volta das 11h30, os papéis caíam cerca de 11%.

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No ano, a ação despenca 50% e está nas mínimas desde que abriu o capital, em 2021. Negociada a R$ 1,04, empresa está perto de virar uma penny stock.



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O maior fator de preocupação do mercado está diretamente relacionado ao endividamento da companhia. A alavancagem disparou, chegando a 4,5x — relação entre a dívida líquida e o Ebitda, crescendo mais que o dobro na comparação anual.

A dívida líquida agora soma R$ 49,2 bilhões, um salto de 56% em relação ao primeiro semestre da safra anterior (1T25). Na ocasião, a empresa reportou lucro de R$ 1,1 bilhão, que foi revertido em prejuízo de R$ 1,8 bilhão no último trimestre.

Os números refletem desafios operacionais, como a quebra de safra e a dificuldade na moagem, problemas de repasses de custo na Argentina e forte aumento das despesas financeiras, que cresceram 47,1% em um ano.

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A Raízen afirma que parte do aumento da dívida se deve a uma “limpeza” no balanço, com a substituição de dívidas ruins e de curto prazo por dívidas melhores e de longo prazo.

Diante da ampliação de risco financeiro e dos juros elevados que devem continuar pressionando o endividamento, a empresa admitiu que busca capitalização.

“Não temos nem detalhes, nem certeza de uma potencial operação. O que a gente tem é uma conversa ativa que envolve os controladores, Shell e Cosan (CSAN3), para avaliar mecanismos de acelerar essa jornada e reduzir o risco”, disse Rafael Bergman, CFO da Raízen.

Em comunicado, a empresa destacou que o aporte pode vir dos atuais acionistas, mas também há a possibilidade de envolver novos investidores.

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Na coletiva de resultados, o CEO da Raízen, Nelson Gomes, deu o tom da nova fase da companhia: o foco saiu dos grandes projetos de crescimento para se concentrar em uma melhora de ativos e redução da dívida.

“Esse ainda não é o ano que vamos gerar caixa orgânico”, afirmou durante a coletiva de resultados, explicando que é preciso “continuar avançando na questão operacional e de portfólio” para que a companhia atinja um novo patamar de rentabilidade.

O que fazer com as ações?

Segundo o UBS BB, a possibilidade de aumento de capital representa um “importante obstáculo e uma potencial diluição para os acionistas”, diz.

O banco mantém recomendação neutra para as ações da Raízen, com preço-alvo de R$ 1,50, mas destaca que nem tudo veio negativo. O balanço de fato veio “mais limpo”, já demonstrando efeitos da reestruturação iniciada nos últimos trimestres.

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Os sinais, segundo os analistas, estão no forte controle de custos. Houve redução de cerca de 20% nas despesas gerais e administrativas em relação ao ano anterior, além de que a empresa apresenta um portfólio mais assertivo após a venda de usinas.

O Itaú BBA e o BTG Pactual classificaram essa economia como uma melhora estrutural, resultado direto do processo de reestruturação e foco em eficiência da companhia. 

O segmento de distribuição de combustíveis no Brasil também se destacou positivamente, com um Ebitda ajustado de R$ 1 bilhão e margens 24% acima do esperado pelo mercado.

O BTG recomenda compra das ações, com preço-alvo de R$ 3, assim como o Itaú BBA, que é ainda mais otimista com o potencial de valorização, definindo preço alvo em R$ 4,50.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
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