Justiça

Randolfe pede que Wilson Witzel dê novo depoimento, em caráter reservado

16 jun 2021, 15:56 - atualizado em 16 jun 2021, 15:56
Wilson Witzel
O ex-governador vinha acusando o presidente Jair Bolsonaro de boicotar o trabalho de estados e municípios no combate à pandemia (Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Pandemia, anunciou que vai requerer depoimento em reservado do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel. A possibilidade do depoimento reservado foi levantada pouco mais de uma hora depois do início do depoimento de Witzel à CPI, nesta quarta-feira (16).

— Acho que têm informações complementares que Sua Senhoria pode prestar a esta CPI — justificou Randolfe.

O ex-governador vinha acusando o presidente Jair Bolsonaro de boicotar o trabalho de estados e municípios no combate à pandemia.

Witzel foi afastado do governo do Rio de Janeiro em agosto de 2020, por decisão do Superior Tribunal de Justiça, em meio à investigação de irregularidades na contratação de hospitais de campanha e na compra de respiradores e medicamentos para a covid-19.

O incidente que levou à proposta de depoimento reservado começou após uma intervenção do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).

O advogado Diego Carvalho Pereira, que estava acompanhando Witzel, pediu a retirada de deputados federais presentes à sala. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), indeferiu o pedido, alegando o direito regimental dos deputados de assistir à reunião.

Em seguida, Randolfe Rodrigues invocou a possibilidade do depoimento reservado. Witzel dispôs-se a depor nessas condições. Flávio Bolsonaro disse que “reservado ou público”, estaria presente ao depoimento. O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou a Witzel se ele se sentia intimidado:

— Há um clima intimidatório claro — disse Renan. — E precisamos ouvir o depoente se ele se sente à vontade para prosseguir dessa forma ou não.

O ex-governador respondeu que não se deixaria intimidar e que aceitaria a presença de Flávio Bolsonaro num depoimento reservado.

— Nesta reunião, eu faço questão de apresentar elementos para iniciar uma investigação contra pessoas que estão desvirtuando a atuação funcional. E nós vamos descobrir quem está patrocinando investigação contra governador, quem está patrocinando essa narrativa criminosa, que o resultado é um só: 490 mil mortes no nosso país — afirmou.

Witzel depunha resguardado por um habeas corpus (HC) do ministro do STF Nunes Marques, que permitia ao depoente não comparecer. Witzel valeu-se do HC pouco depois das 14h para encerrar seu depoimento.

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