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Raquitismo do consumo de etanol está no caixa do posto. Trading vê preço R$ 0,35 acima

26 jan 2022, 15:00 - atualizado em 26 jan 2022, 15:58
Posto de gasolina no Rio
Postos de serviços ainda seguram cortes do etanol proporcionados pela cadeia anterior (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O consumo do etanol hidratado está tão penoso, que nem as sazonalidades de alta e baixa são respeitadas.

Em novembro e dezembro, períodos de boa movimentação, o consumo foi em torno de 1,1 bilhão de litros em cada mês, quando já se movimentou, na média dos tempos da pandemia, até 1,5 bilhão/l mensais.

Em janeiro, quando a comercialização já é mais fraca pelas férias, o consumo está mais raquítico ainda e o biocombustível pode penar para chegar ao bilhão de litros em vendas.

Nesse retrato traçado por Martinho Ono, da SCA Trading, está a demora para o repasse nas bombas dos cortes feitos nas origens e, mesmo, nas distribuidoras, apesar do registro de quedas semanais em vários estados.

Como o hidratado já chegou a ficar acima em até 82% de paridade com a gasolina, os 76% atuais parecem ainda afugentar o consumidor.

“O litro bruto está em média R$ 3,80 na usina e se estivesse em R$ 4,50 na bomba, a paridade estaria nos 70%, ante a gasolina na média de R$ 6,40, R$ 6,50”, diz Ono, lembrando do percentual visto como limite da competitividade do combustível.

Em São Paulo, segundo último registro da ANPmédia de 17 a 21 foi de R$ 4,85, ante R$ 4,86 da semana anterior.

O produto já chegou a ser negociado a R$ 4,60 nas indústrias, no pico do segundo semestre, quando se acentuava a baixa produção em safra ruim de cana.

Ontem e segunda as distribuidoras ofertaram duas fortes promoções nas suas bases de Paulínia, acima de 4% em cada dia.

Porém, é bem provável que não cheguem cheias às bombas novamente e, nesse sentido, mais uma redução se acumulará nas usinas, como a da semana passada, de 3%.

“Com a entressafra se encurtando, tem que haver promoção para criar demanda”, argumenta o CEO da SCA Trading.

A partir do meio de março algumas usinas já começam a trabalhar e em abril entra o grosso do Centro-Sul.

Desse modo, as empresas vão fazer dinheiro como der com o etanol velho para dar espaço para o etanol novo.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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