Ratinho Junior destaca vocação do Brasil e defende renovação na política: ‘geração de 1950 já fez sua parte’

O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), afirmou que a vocação do Brasil é a produção de alimentos. Durante o AgroForum Cuiabá, organizado pelo BTG Pactual, o gestor disse que o Brasil precisa ser “destravado” tendo o agronegócio como motor.
Ratinho Junior disse que sua visão é inspirada em países como Japão, Canadá, Estados Unidos e China, que atingiram o sólido crescimento econômico quando entenderam sua especialidade.
“A vocação do Brasil é produzir alimentos e nós temos que representar a excelência nesse mercado. O petróleo deixou de ser um problema. O problema do mundo para os próximos 30, 40 anos é comida e segurança alimentar”, afirmou.
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Segundo o governador, o Brasil é um país travado, com dificuldades para a implementação de investimentos em infraestrutura. Ele ainda disse que a nova geração na política representa uma oportunidade de trazer soluções para o país.
“O Brasil está sendo governado há 40 anos pelas décadas de 1950. Minha geração tem que assumir a responsabilidade de desenvolver o Brasil”, afirmou. Ainda, o governador do Paraná defendeu que o país possui boa arrecadação, mas gasta mal. Ratinho Junior tem 44 anos de idade.
A respeito de perspectivas para o futuro da política, Ratinho Junior defendeu a descentralização do poder. “Precisamos trazer uma cabeça transformadora que possa destravar o Brasil através dos estados e dos municípios, não em Brasília, só centralizando as decisões”, disse.
O governador afirmou que o Paraná está se transformando no “supermercado do mundo”, liderando a produção de proteína animal e ficando em segundo lugar na produção de grãos, atrás apenas do Mato Grosso.
Além disso, Ratinho Junior reforçou o papel do Brasil na transição energética. “Nós podemos ser a Arábia Saudita do biocombustível, de energia limpa”, disse.
BTG AgroForum Cuiabá
O CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, abriu o evento destacando o crescimento do setor, por meio da tecnologia e foco na eficiência. Para ele, o agronegócio é a expressão viva da capacidade do Brasil de se adaptar e prosperar mesmo diante das adversidades.
Segundo o executivo, o agronegócio representa mais de R$ 25 bilhões em transações do BTG. Na área de crédito, o banco vem ampliando sua atuação, chegando a quase R$ 30 bilhões, cerca de 15% do portfólio da instituição.
O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, também esteve presente na abertura e no primeiro painel. Para o gestor, a incapacidade do estado brasileiro de tornar o país mais produtivo é a grande dificuldade do Brasil.
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Mendes afirmou que o Mato Grosso deve chegar a 110 milhões de toneladas produzidas entre milho, soja e algodão no estado. O crescimento da indústria de etanol e biodiesel também foi destacado.
O governador comentou a resiliência do Brasil frente ao cenário internacional, com a guerra tarifária promovida pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
“As cadeias estão muito bem protegidas. O Brasil está bem posicionado para as grandes incertezas do planeta, que são a segurança alimentar, transição energética e mudança climática”, disse.
Em relação à política, Mendes disse que hoje em Brasília “acontecem coisas muito piores do que nos tempos da lava-jato” e criticou a irresponsabilidade fiscal do Governo Federal nos últimos anos.
“A todo momento tem um político disposto a fazer populismo, independente do que pode acontecer amanhã. Decisões que se tomam hoje vão ser cobradas no futuro”, afirmou Mendes.
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