RD Saúde (RADL3) sobe mais de 6% na expectativa pelo balanço e canetas emagrecedoras

As ações da RD Saúde (RADL3) operam em forte alta nesta segunda-feira (4) e lideram a ponta positiva do Ibovespa (IBOV) nas primeiras horas do pregão.
Por volta de 13h20 (horário de Brasília), RADL3 subia 6,57%, a R$ 14,60. Na máxima intradia, os papéis da companhia chegaram a registrar avanço de 7,81%.
A dona das redes de farmácias Raia e Drogasil é impulsionada pelos resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25) e a expectativa de comercialização dos medicamentos genéricos do Ozempic a partir do segundo semestre de 2026.
Os genéricos do Ozempic
Para o Itaú BBA, a RD Saúde é uma das principais beneficiadas pela comercialização de genéricos do Ozempic.
O primeiro genérico brasileiro de uma caneta emagrecedora começou a ser vendido nesta segunda-feira (4). Fabricado pela farmacêutica EMS, o Olire tem como princípio ativo a liraglutida — o mesmo do Saxenda, da Novo Nordisk, cuja patente expirou no Brasil em novembro de 2024.
Embora a liraglutida seja diferente da semaglutida — o composto ativo por trás do Ozempic e do Wegovy — o Olire pode oferecer uma prévia do que esperar quando os genéricos do Ozempic chegarem ao mercado no próximo ano.
O banco, porém, não espera um grande impacto do Olire nas vendas de drogarias. Isso porque a liraglutida representa uma parcela pequena do mercado brasileiros, de cerca de R$ 5,5 bilhões.
“Na RD Saúde, por exemplo, estimamos que Wegovy/Ozempic respondam por cerca de 5% das vendas, enquanto a contribuição do Saxenda é muito menor”, afirmou a equipe liderada por Rodrigo Gastim em relatório.
Para eles, a “verdadeira mudança” virá no segundo semestre de 2026 — quando a Novo Nordisk deve perder a patente do Ozempic no Brasil. Até o momento, várias farmacêuticas do país já estão como a EMS, Cimed, Hypera e Biomm.
“Na RD, os medicamentos genéricos em média têm uma margem bruta de 50% a 55%, mas a semaglutida é uma molécula complexa, o que pode limitar tanto a alta das margens quanto os cortes de preços”, afirmou o analista em relatório.
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RD Saúde: 2T25
O Citi espera que a RD Saúde entregue um resultado melhor do que o esperado pelo mercado no 2T25. O banco projeta uma aceleração do lucro bruto e controle das despesas operacionais, mesmo com as margens ainda pressionadas.
Os analistas Leandro Bastos e Renan Prata avaliaram que a as ações da companhia continuarão a enfrentar um “muro de preocupações” como a concorrência do comércio eletrônico (e-commerce).
“Para aliviar essa pressão, a RD precisará manter a combinação de aceleração da receita com disciplina em despesas, reforçando a consistência dos resultados nos próximos trimestres”, diz Bastos em relatório.
O BTG Pactual também espera que os resultados da RD Saúde continuem pressionados pela concorrência do e-commerce mais acirrada no segmento de higiene, beleza e cuidados pessoais.
O banco espera que a receita líquida da companhia cresça 11% na base anual, com a alta de 6% nas vendas nas mesmas lojas (SSS) consolidadas. A margem Ebitda, por sua vez, deve cair 100 pontos-base na comparação ano a ano.
De acordo com o consenso da Bloomberg, os analistas projetam um lucro líquido de R$ 297 milhões no 2T25, uma queda de 16,6% na comparação anual.
A divulgação do balanço está prevista para a próxima terça-feira (5) depois do fechamento do mercado.
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