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Real Digital: Entenda como o novo sistema financeiro vai funcionar

10 abr 2023, 17:46 - atualizado em 10 abr 2023, 17:46
Real Digital Banco Central
Fábio Araújo, coordenador da iniciativa do Real Digital, comenta que os testes preliminares com os títulos públicos tokenizados está previsto para os dias 24 de abril a 5 de maio (Imagem: Banco Central/Youtube)

O Banco Central do Brasil realiza nesta segunda-feira (10) uma palestra sobre o piloto do Real Digital. O evento acontece na sede do BC e é transmitido pelo canal do YouTube da autarquia, das 14h até as 18h30.

É importante ressaltar que a moeda digital emitida pelo Banco Central (CBDC) não é o Real Digital, ou Real tokenizado. A diferença entre ambas é o ambiente em que vão circular.

A CBDC será utilizada no atacado, apenas entre bancos e instituições financeiras. É a base do sistema do Real Digital. Por sua vez, o Real Digital é a moeda do varejo, utilizada entre pessoas físicas ou jurídicas.

O Real Digital será lastreado na CBDC, que, por sua vez, será lastreada em depósitos bancários. Entenda melhor como vai funcionar o novo sistema financeiro tokenizado.

CBDC, Real Digital e tokenização: Como vão funcionar?

Marcos Sucupira, chefe-adjunto do departamento de operações do Mercado Aberto, explica que os detentores da CBDC vão ser os mesmos participantes que possuem conta no Sistema de Transferência de Reserva (STR), contas de reservas bancárias e contas de liquidação.

Quem emite o CBDC será apenas o BC, e a moeda digital vai ser um passivo do Banco Central. A instituição que possui um valor no STR poderá solicitar a tokenização e transformação em CBDC ao Banco Central.

No entanto, durante o piloto, a emissão será direto na blockchain, chamada de rede DLT, escolhida pela autarquia, a Hyperledger Besu Blockchain.

O objetivo final é que uma “instituição financeira A” consiga solicitar ao STR a emissão de um valor em CBDC e transferir a moeda digital para a “instituição financeira B” dentro do blockchain, de forma que possibilite o fracionamento do lote.

No momento em que a “instituição financeira b” não quiser mais os CBDCs, poderá solicitar ao STR a conversão de volta ao dinheiro físico, e o sistema irá queimar os CBDCs equivalentes.

Real Digital e transferências entre clientes

Em um cenário de transação com o Real Digital, a partir do momento que a instituição B recebe os CBDCs e possui aqueles tokens, a transferência de Real Digital pode tomar início entre clientes de varejo.

Por exemplo, se Maria deseja enviar Real Digital a João, é necessário que a instituição financeira recolha o Real Digital de João e destrua o token.

Após isso, o banco de João vai enviar CBDC para o banco de Maria, que irá converter a quantia em Real Digital e depositar em sua conta. O objetivo é que toda transação leve frações de segundos, graças à tecnologia DLT, ou blockchain.

Real Digital
(Imagem: Banco Central/Youtube)

Testes e próximos passos

Sucupira comenta que a intenção é incorporar outros ativos no futuro, como imóveis ou outros ativos financeiros. Os próximos testes, que irão exercitar essas transações, e o modelo apresentado serão feitos por títulos públicos tokenizados, conforme explica Marcos Sucupira.

“Os títulos vão nascer em uma carteira do tesouro nacional. O primeiro cenário que vamos exercitar para o título público é a emissão. O próximo passo é a liquidação da oferta pública”, explica.

A instituição ganhadora do leilão entrega CBDC para o Tesouro Nacional, que por sua vez entrega título público federal para a instituição ganhadora, já com o ativo e a CBDC.

O mercado secundário também será exercitado no ambiente de testes, bem como o resgate do título público, que será feito através da carteira do tesouro nacional e subsequentemente destruído.

Fábio Araújo, consultor do departamento de Operações Bancárias e de Sistema de Pagamentos e coordenador da iniciativa do Real Digital, comenta que os testes preliminares com os títulos públicos tokenizados está previsto para os dias 24 de abril a 5 de maio.

A ideia abre espaço para que possam existir moedas privadas emitidas por instituições financeiras, lastreadas na CBDC. Ou seja, não apenas o Real Digital, mas a possibilidade de criar tokens de bancos, como Itaú Token, Bradesco Token, entre outros, por exemplo.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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