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Realidade exige mais investimento em pesquisa. E Fiagro pode ajudar

13 maio 2024, 11:48 - atualizado em 13 maio 2024, 11:48
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A iniciativa privada, por meio dos bancos, cobre outra parte, mas sabemos que o cobertor continua curto (Imagem: REUTERS/Lucy Nicholson)

A expansão agrícola no Brasil e no mundo levou séculos para atingir o patamar em que está hoje. E podemos, como brasileiros, nos orgulhar de participarmos como protagonistas quando o assunto é produção de alimentos.

Porém, o crescimento populacional e as mudanças climáticas trazem novos desafios, que para serem superados exigem altos investimentos em desenvolvimento e pesquisa.

Considerando a realidade brasileira, se faltam recursos para financiar o básico, quem dirá para sustentar o avanço da produção científica no setor. E, nesta questão, o Fiagro pode ser um forte aliado.

Costumamos falar sobre Fiagro em situações do cotidiano, como produto capaz de financiar o plantio de cana, de soja ou a produção de gado de corte e leiteiro, para citar alguns exemplos. Há também Fiagros imobiliários e aqueles atrelados ao refinanciamento de dívidas.

Mas este tipo de fundo também pode ser fonte de recursos para pesquisas e desenvolvimento de tecnologias focadas no aumento da produção e na melhoria da qualidade dos alimentos.

O que vemos hoje é a precipitação de chuvas em lugares em que a estiagem era o normal e a seca onde antes chovia bastante. Tivemos casos assim no ano passado no Brasil e, na terceira semana de abril, foi noticiado um caso curioso de alagamento em Dubai nos Emirados Árabes.

O país de clima e paisagem desérticos foi surpreendido por uma chuva que despejou 142 milímetros de água em cerca de 24 horas. Para se ter ideia, esse volume é o esperado para cair no período de dois anos.

Quando acontece algo assim em uma área de produção rural, em qualquer país, quase toda a produção de alimentos é perdida. E como eventos climáticos extremos estão acontecendo de forma cada vez mais frequente, é de se esperar prejuízos cada vez maiores.

Pior, em um contexto de aumento da população mundial e de crescimento de renda de muitos povos que passam a demandar alimentos que antes não demandavam.

Sendo assim, temos urgência em investir em meios de pesquisa que possam tornar mais produtivas nossas plantações, possibilitando a extração de um volume maior sem a necessidade de expansão da área agrícola.

Mais produtivas e mais resistentes ao calor, ao frio ou a mudanças bruscas de temperaturas. Mas não só isso. Vamos tomar como exemplo culturas como a da cana-de-açúcar que também são importantes na produção de etanol. Combustível essencial para a economia e que tem papel central nos esforços mundiais para mitigar o aquecimento global, vilão dessa história toda.

É preciso aumentar a produção desses biocombustíveis sem que isso exija ocupar terras que podem ser usadas para cultivar alimentos. E isso só é possível com muita pesquisa.

Mas de onde vamos tirar dinheiro para isso? Como sabemos, somente para a safra 2023/2024 o agro brasileiro necessita de algo em torno de R$ 800 bilhões, mas os recursos provenientes do governo não chegam nem perto disso.

A iniciativa privada, por meio dos bancos, cobre outra parte, mas sabemos que o cobertor continua curto. Ora, a solução está no mercado de capitais e, claro, como já citei no início deste artigo, os Fiagros têm um papel central em toda esta equação.

Com fundos voltados a empresas e laboratórios capacitados a desenvolverem novas técnicas de plantio e aprimorarem as culturas geneticamente para subsistirem em um ambiente alterado, o obstáculo das mudanças climáticas pode ser superado, não tenham dúvidas.

Sócio e gestor da MAV Capital
Formado em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo, André Ito tem mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro. Além de sócio responsável pelo time de Structured Finance e DCM na XP Investimentos ele também atuou em Investment Banking no BTG Pactual e como superintendente comercial dos bancos Pine e Pan. Além disso foi sócio responsável pelo Corporate Desk do Banco BBM.
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Formado em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo, André Ito tem mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro. Além de sócio responsável pelo time de Structured Finance e DCM na XP Investimentos ele também atuou em Investment Banking no BTG Pactual e como superintendente comercial dos bancos Pine e Pan. Além disso foi sócio responsável pelo Corporate Desk do Banco BBM.
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