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Recado para o mercado: ‘PPI não é mais o centro da política da Petrobras (PETR4)’; etanol deve ‘andar com as próprias pernas’

20 out 2023, 10:22 - atualizado em 20 out 2023, 10:22
petrobras etanol gasolina
Para o analista, os reajustes feitos pela Petrobras para a gasolina não devem necessariamente acompanhar a escalada da guerra; entenda (Imagem: Agência Petrobras)

Na noite de ontem (19), a Petrobras (PETR4) cortou o preço da gasolina em R$ 0,12 por litro para as distribuidoras. Com isso, o preço médio será de R$ 2,81 por litro.

Já o diesel teve um aumento de R$ 0,25 por litro, com o custo do combustível passando para R$ 4,05 por litro.

O ajuste nos preços acontece em meio as altas do petróleo no mercado internacional, por conta do conflito entre Israel e Hamas no Oriente Médio

Na visão de Marcelo Di Bonifácio, analista de açúcar e etanol na StoneX, esse reajuste da Petrobras acontece no desenrolar de um cenário de imprevisibilidade e incertezas para o mercado.

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“Esse cenário de incerteza acontece justamente porque a estatal abandonou sua política de preço de paridade de importação (PPI), levada a ferro e fogo, com diversos ajustes em 2021, por exemplo”.

Segundo ele, talvez seja o momento do mercado entender que a PPI não é mais o centro da política de preços da Petrobras, e, ao mesmo tempo, continua acompanhando de alguma forma o indicador.

“Isso significa que nem sempre quando existir defasagem a estatal vai ajustar os preços, e as mudanças podem ocorrer de formas mais pontuais e estratégicas de acordo com as novas visões da empresa”, explica.

Guerra não deve gerar impactos (por enquanto)

Para Marcelo, quando a estatal elevou os preços da gasolina em agosto por volta de R$ 0,40, a empresa acompanhava uma PPI que estava elevada.

“A Petrobras decidiu ajustar os preços quando havia uma margem positiva e agora ela ajusta em um cenário de margens negativas. Ontem nós calculávamos que essa defasagem chegava a R$ 0,10, então esse ajuste está em linha com isso”, diz.

Dessa maneira, o analista da StoneX vê um recado da estatal para o mercado. “A Petrobras quer dizer que conta com uma nova política e que não necessariamente a escalada da guerra leva a reajustes positivos. Claro que esse é um longo percurso até que isso aconteça, mas a guerra pode, sim, no futuro gerar impactos estruturais no mercado. Para o diesel, havia uma margem ainda acima de R$ 0,25 para o reajuste de preços”, discorre.

E o etanol?

De acordo com o analista de açúcar e etanol na StoneX, o etanol não depende da gasolina em termos de mercado, já que o biocombustível conta com uma oferta elevada.

“Por mais que haja muitas suposições sobre o mercado de etanol (quanto a Petrobras), o biocombustível caminha com as próprias pernas, sem depender de aumento para a gasolina, ainda que algum aumento no futuro favoreça o etanol”, completa

No mês de agosto, o biocombustível registrou ótimos volumes de comercialização. “Temos visto muitos consumidores optando pelo etanol, desviando o consumo da gasolina, respondendo aos níveis baixos da paridade”, conclui.

Por fim, Bonifácio espera que, mesmo com a queda de preços da gasolina, as usinas podem se manter resilientes e não ceder os preços do etanol, em momento que já era altista para o produto uma vez que o consumo está estimulado.

A paridade em São Paulo pode voltar a operar acima de 62% nos próximos dias, subindo um pouco, mas ainda favorecendo a demanda pelo álcool hidratado.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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