Reforma do estádio de clube tradicional de São Paulo é estimada em R$ 700 milhões, mas há um impasse para sair do papel — veja fotos de como deve ficar
Quem passa pela Marginal Tietê — seja rumo ao lado leste ou oeste de São Paulo — dificilmente deixa de notar o tradicional Estádio do Canindé, da Portuguesa. Inaugurado em 1956 e palco de grandes disputas, o espaço hoje evidencia sinais de obsolescência. Porém, um projeto ambicioso promete trazer o estádio de volta aos holofotes — isso, claro, se a reforma sair do papel.
Com início previsto para janeiro de 2026, a proposta é ousada. A Portuguesa pretende mais que dobrar a capacidade do Canindé: de pouco mais de 21 mil lugares para 51.185 assentos, dos quais 4.685 seriam destinados aos camarotes. Para shows, a promessa é ainda maior — o estádio poderia receber até 84.500 pessoas.

O projeto foi elaborado pelo arquiteto Jayme Mestieri, da JLM Architecture, e apresentado ao lado de Leonardo Falbo Donato, CFO da Revee, responsável por detalhar a parte financeira da obra.
“Estamos entregando um projeto de estádio moderno, capaz de receber não apenas os jogos da Portuguesa, mas também grandes eventos. É um ganho para o clube e para toda a cidade de São Paulo”, afirmou Alex Bourgeois, CEO da SAF, durante a apresentação.
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O orçamento estimado é de R$ 700 milhões, com prazo de execução de 40 meses (equivalente a 3 anos e 4 meses) após o início das obras. Se tudo ocorrer como planejado, o novo Canindé seria entregue em abril de 2029.
Pelo menos, essa era a expectativa quando o anúncio foi feito, em agosto deste ano.
Em reunião realizada na noite desta terça-feira (19), no Salão Nobre do clube social da Lusa, a Portuguesa SAF e a Revee apresentaram aos conselheiros da associação o projeto do novo Canindé.
Além do estádio lusitano, também foi exposto o restante do complexo, que englobará… pic.twitter.com/vHGJMBB8F0
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE— Portuguesa (@Lusa_Oficial) August 20, 2025
(Veja mais fotos abaixo.)
Os empecilhos para a reforma do Canindé
A grandiosidade do projeto já seria um desafio por si só — especialmente para um clube que disputa a Série D do Campeonato Brasileiro e terminou entre as últimas colocações do Paulistão de 2025. Mas há um problema ainda maior envolvendo a Prefeitura de São Paulo.
Segundo o Estado de S. Paulo, metade da área física do estádio pertence ao município e não está regularizada para os fins pretendidos pelo clube, pela SAF e pelos investidores.
O terreno total da Portuguesa soma cerca de 110 mil metros quadrados, dos quais aproximadamente 55 mil m² pertencem à Prefeitura. Essa parte segue com uso irregular ou em negociação. Apenas cerca de 14 mil m² estão devidamente regularizados.
Esse cenário gera uma série de entraves — e abre espaço para possíveis atrasos na obra:
- necessidade de concessão ou cessão formal da área municipal para o início do projeto;
- exigência de contrapartidas urbanísticas pela Prefeitura, como abertura e alargamento de vias e novas estruturas no entorno do estádio;
- incerteza jurídica, que impede o começo da reforma enquanto não houver segurança total sobre a regularização fundiária.
Essa indefinição sobre a titularidade e uso do terreno coloca em xeque o cronograma da obra e aumenta o risco de que o investimento milionário seja alterado.
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Procurada, a assessoria da Portuguesa informou que o clube disputará o Paulistão 2026 (de 11 de janeiro à 8 de março, caso chegue à final) e de que as obras para o novo estádio comece após o fim do campeonato estadual.
Confira mais fotos do projeto da reforma do Estádio do Canindé:




