Economia

Reforma tributária fecha mais uma gestão sem avanços; saiba o que esperar após eleições

25 jun 2022, 10:00 - atualizado em 24 jun 2022, 10:54
reforma tributária
A reforma tributária, que foi levantada ao longo da campanha de eleição de Jair Bolsonaro, acabou não acontecendo (Imagem: Pixabay/Steve Buissinne)

A reforma tributária passou os últimos quatro anos sem avançar significativamente no Brasil. A pauta, que foi levantada ao longo da campanha de eleição de Jair Bolsonaro em 2018, envolve simplificar os impostos no país, tornando-o mais justo e menos desigual.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Segundo o Ministério da Economia, o objetivo de uma reforma é “substituir o atual modelo, que é injusto, caro e complexo, por mecanismos mais eficazes e equânimes”. Para as empresas, a mudança pode facilitar o crescimento e surgimentos de novos agentes na economia, aumentando a competitividade do mercado e aquecendo setores produtivos.

Otto Nogami, professor do Insper, relembra um momento em que o governo se distanciou de uma possível reforma, ao exonerar Marcos Cintra, ex-Secretário Especial da Receita Federal, em setembro de 2019.

“Na visão do governo, ele [Cintra] estava atropelando o processo, ao negociar com o Congresso essa reforma que contrariava, de alguma forma, os interesses do Planalto”, explica o professor.

Conforme Nogami, uma reforma ampla mexeria com a arrecadação do governo, uma mudança que não foi de interesse deste mandato.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Manter o sistema tributário é uma situação conveniente, porque não corre o risco de simplificar o sistema e reduzir a arrecadação”, ao conter as despesas, o professor explica que o caminho natural seria promover uma reforma administrativa.

Daniela Lara, membro da Comissão de Direito Tributário da OAB SP, concorda que as duas propostas precisam ser pensadas em conjunto.

“Antes de a gente escolher qual o sistema tributário que a gente quer, precisamos pensar em uma reforma administrativa, para definir qual o tamanho do Estado que a gente quer, para então pensar na reforma tributária, que vai definir essa futura máquina pública vai ter receita para operar”, defende.

Pós-eleições

A meses de uma eleição a nível federal, o Planalto discute uma mudança de cálculo para o ICMS, um imposto sobre consumo cobrado pelas unidades federativas do país.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Daniela avalia que essas propostas pontuais de redução na arrecadação tem interesses eleitorais por trás, e não faz parte de um planejamento para simplificar o sistema de tributação.

Para o ano que vem, ela defende que, mais importante do que a escolha do próximo presidente da República, é a eleição dos membros do Congresso Nacional, que são as pessoas que discutem as propostas efetivamente.

“Precisamos estar de olho no Congresso, ainda que o debate para uma reforma tributária tenha amadurecido, ele ainda é complicado, porque precisa congregar o que seja melhor para o país, em distribuição de renda e de gasto público”, explica a advogada tributarista.

Para o professor do Insper, pequenas mudanças constantes na legislação tributária também penaliza as empresas, que precisa se adaptar a um mercado volátil. “Talvez essa também seja uma das razões que levou muitas multinacionais a abandonarem o país”, avalia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No plano Executivo, Nogami pondera que uma reeleição provavelmente não iria mudar o atual cenário de “pouca atenção para o setor produtivo e para as reformas necessárias”.

Já em um cenário de vitória para Lula, “seria possível ter uma certa esperança de que algumas reformas efetivamente aconteçam, a depender da equipe econômica do futuro governo”.

Contudo, a visão do professor é pessimista diante da atual conjuntura polarizada das eleições, e acredita ser difícil que o próximo governo, seja ele qual for, realize as mudanças necessárias.

Ele ainda ressalta que, “enquanto o governo não resgatar isso, dificilmente a gente vai resgatar uma retomada de crescimento mais robusta para o país”.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Saiba mais! Os planos de expansão e o planejamento para o futuro das criptomoedas:

Siga o Money Times no Facebook!

Curta nossa página no Facebook e conecte-se com jornalistas e leitores do Money Times. Nosso time traz as discussões mais importantes do dia e você participa das conversas sobre as notícias e análises de tudo o que acontece no Brasil e no mundo. Siga agora a página do Money Times no Facebook!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Jornalista formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e repórter no portal Money Times, com passagem pela redação da Forbes Brasil. Atualmente escreve e acompanha notícias sobre economia, empresas e finanças.
iasmin.paiva@moneytimes.com.br
Linkedin
Jornalista formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e repórter no portal Money Times, com passagem pela redação da Forbes Brasil. Atualmente escreve e acompanha notícias sobre economia, empresas e finanças.
Linkedin
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar