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Reino Unido começa a testar semana de 4 dias no trabalho (e sem corte de salário)

11 jun 2022, 15:30 - atualizado em 10 jun 2022, 15:21
Trabalho e bem-estar
Jornadas de trabalho reduzidas estabelecidas em semanas curtas podem impactar o bem-estar dos trabalhadores (Imagem: Elisa Ventur/Unsplash)

Quem nunca desejou uma semana mais curta de trabalho que atire a primeira pedra. Mas, para milhares de trabalhadores do Reino Unido, esse desejo se tornou realidade.

Nesta semana, iniciando na segunda-feira (6), parte dos britânicos experimentaram o maior teste do tipo: uma semana de trabalho de quatro dias. E tudo sem corte em salários.

100% do salário para 80% do trabalho

O projeto piloto durará seis meses e envolve 3.300 trabalhadores de 70 empresas, das mais diversas áreas: de serviços financeiros a restaurantes.

Durante o programa, os trabalhadores recebem 100% do salário por trabalharem 80% da semana habitual, mas com promessa de manter 100% da produtividade.

O programa está sendo executado pela organização sem fins lucrativos 4 Day Week Global, Autonomy, um think tank e pela 4 Day Week UK Campaign em parceria com pesquisadores da Universidade de Cambridge, da Universidade de Oxford e do Boston College, como divulgou a CNN Business.

Não é só no Reino Unido

A iniciativa não é só para os britânicos. A Islândia foi pioneira em um projeto como esse, muito antes do Coronavírus.

O país com imensas geleiras havia conduzido o maior piloto de uma semana de trabalho mais curta entre 2015 e 2019, com 2.500 funcionários do setor público envolvidos em dois grandes testes.

Nova Zelândia experimentou essa maior flexibilidade em 2020 com uma iniciativa da Unilever.

Esses testes não encontraram queda correspondente na produtividade entre os participantes e perceberam um aumento expressivo no bem-estar dos funcionários.

Os iniciativas apoiadas pelo governo devem ocorrer na Espanha e na Escócia ainda este ano, disse a Campanha da Semana de 4 Dias em um comunicado à imprensa. Portugal também está estudando a possibilidade.

Empresas na Irlanda e na Austrália vão iniciar testes em agosto e EUA e Canadá em outubro. Em fevereiro, os funcionários belgas ganharam o direito de decidir se trabalham quatro ou cinco dias por semana, sem perda de salário, mas eles, basicamente, condensarão o total de suas horas de trabalho em menos dias.

Trabalhando “de forma mais curta e inteligente”

O CEO da 4 Day Week Global, Joe O’Connor, disse que os trabalhadores mostraram que podem trabalhar “de forma mais curta e inteligente”.

“À medida que emergimos da pandemia, mais e mais empresas estão reconhecendo que a nova fronteira para a concorrência é a qualidade de vida, e que o trabalho com jornada reduzida e focado na produção é o veículo para dar a elas uma vantagem competitiva”, disse o CEO no comunicado.

Os pesquisadores medirão o impacto que o novo padrão de trabalho terá nos níveis de produtividade, igualdade de gênero, meio ambiente e bem-estar dos trabalhadores dessa medida que o então vice-presidente dos EUA, em 1956, Richard Nixon previu em um “futuro não muito distante”.

Vale destacar que à medida que milhões de funcionários mudaram para o trabalho remoto durante a pandemia da Covid-19 — reduzindo o tempo e os custos onerosos de deslocamento, por exemplo — os pedidos de maior flexibilidade só aumentaram.

O Brasil acompanha esse movimento, mas jornadas reduzidas ainda são implementadas de maneira tímida e sem apoio do governo.

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Estagiária
Formada em Gestão de Negócios e Inovação pela Fatec Sebrae e, atualmente, estudante de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. Tem como propósito atuar visando os princípios éticos do jornalismo com comprometimento com a informação de qualidade e o combate à desinformação.
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