Reino Unido não abandonará negociações com União Europeia imediatamente

O Reino Unido continuará os esforços para chegar a um acordo com a União Europeia sobre sua futura relação, além do prazo final de 15 de outubro estabelecido pelo primeiro-ministro Boris Johnson, de acordo com uma pessoa próxima às negociações.

Johnson tomará uma decisão sobre as negociações depois que os líderes da UE se reunirem na quinta e na sexta-feira para uma cúpula, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada.

Segundo essa fonte, as autoridades britânicas ainda acreditam que um acordo é possível, desde que ambos os lados entrem em um período de intensas negociações nos próximos dias.

O tom das negociações subiu nos últimos dias. O governo britânico criticou a UE por sua postura linha-dura em relação à pesca, enquanto o bloco pediu que o Reino Unido ceda em outras áreas-chave, como subsídios às empresas.

O impasse deve continuar na quarta-feira, quando Johnson e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, discutem o acordo em uma videochamada.

O primeiro-ministro disse anteriormente que desistiria das negociações se não houvesse um avanço claro até quinta-feira, quando acontece a cúpula dos líderes da UE.

Prazos

Na reunião de dois dias em Bruxelas, os 27 líderes da UE dirão que “o progresso em questões-chave de interesse para a união ainda não é suficiente para chegar a um acordo”, de acordo com esboço de conclusões visto pela Bloomberg. O bloco também intensificará os preparativos para uma separação sem acordo.

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Sair sem um acordo pode causar um choque de curto prazo equivalente a cerca de 1,5% do PIB e reduzir a taxa de crescimento potencial anual da economia do Reino Unido em 0,2 ponto percentual no futuro, de acordo com Dan Hanson, da Bloomberg Economics.

Esse impacto causaria ainda mais problemas à economia, que já registrou a maior queda trimestral em meio às paralisações da pandemia e agora enfrenta uma segunda onda de restrições que ameaçam sufocar a lenta recuperação.

Também pode ser o catalisador para o Banco da Inglaterra cortar as taxas de juros abaixo de zero pela primeira vez na história, uma medida que autoridades já discutem operacionalmente com os bancos.

Um cenário sem acordo representaria “mais um retrocesso na recuperação da crise da Covid-19”, escreveu Hanson. “Com a capacidade de crescimento da economia prejudicada, a lacuna entre a trajetória da economia com e sem um acordo comercial continuaria a aumentar ao longo do tempo.”