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Relatório do Santander explica porque BEEF3 resiste mais, MRFG3 é castigada e JBSS3 está no meio

06 fev 2023, 15:16 - atualizado em 06 fev 2023, 18:12
Oferta de boi mais elástica no Brasil folga os frigoríficos, mas há desafios para Marfrig e JBS (Imagem: Pixabay/ericojuniormorais0)

Dos frigoríficos bovinos, o único mais resistente à queda do Ibovespa (IBOV) nesta segunda (6) é o Minerva (BEEF3).

Para o Santander (SANB11), pode ser entendido como a companhia que tem maiores chances de atravessar 2023 em céu se não totalmente de brigadeiro, ao menos não carregado como é o esperado para Marfrig (MRFG3) e nublado para JBS (JBSS3) em razão, principalmente, dos ventos nos Estados Unidos.

Logo, com essas linhas gerais destacadas em relatório, de resto já desenhadas por outras casas de análises, os investidores estão punindo menos a BEEF3 (-0,37%, R$ 13,51) e mais as outras, especialmente castigando a MRFG3 (-6,23, R$ 7,22); o JBSS3 segue em -1,88%, R$ 19,32, às 15h15.

Minerva

O Minerva é a top pick dos analistas Laura Hirata e Rodrigo Almeida pelas razões de alta sequencial da disponibilidade de animais em 2023, notadamente no Brasil, enquanto o cenário de outras plantas latinas do grupo – Paraguai, Uruguai e Colômbia e Argentina -, será de neutralidade.

As vendas internacionais do Minerva também acrescentam expectativas aos resultados esperados, enquanto as operações com cordeiros na Austrália devem dar melhores esperanças tanto quanto aos destinos da carne, quanto no aumento do rebanho.

Chama a atenção o relatório do banco para a relação valor da empresa X Ebitida, “o que representa um desconto de 13-15% em relação à sua média histórica de cinco anos”.

Em resumo, o Minerva é visto com valor atrativo, desalavancado e dividendos sólidos.

Marfrig

A National Beef, a subsidiária americana do grupo, deverá ver recuo de 56% no Ebitda do ano, para US$ 587 milhões, e isso já é motivo para o Santander ver o “ritmo de ganhos fraco”, mesmo com alguma melhora que possa vir do mercado interno brasileiro – vide Minerva, ou seja, pouco maior oferta de boi, portanto sem pressão altista nas compras.

Ponto negativo também para a recuperação da alavancagem da companhia, de 4,3x dívida líquida/Ebitida.

Por essas influências, o resultado operacional geral deverá ficar em R$ 6 bilhões, 33% abaixo na comparação anual, ou margem de 7,1%.

JBS

Os analistas do Santander encontram na “melhor empresa de proteínas da América Latina” fundamentos que podem desafiá-la em 2023. A recomendação é neutra.

Há os ganhos mais pressionados na JBS USA, no campo da proteína bovina, e a maior oferta de aves no Brasil, que deve deixar as operações da Seara mais comprometedoras, igual o banco enxerga também para BRF (BRFS3).

A melhor condição para compra de boi no Brasil deve ser nublada por esses dois fatores, embora ainda a instituição mencione a força da companhia diversificada em produtos e geografias.

R$ 28 bilhões de Ebitda é a projeção do ano corrente, em recuo de 22%, e 7,5% de margem.

O valor “justo” da ação, segundo a análise, é de 4,6X EV/Ebitda.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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