Coluna da Devant

Renda fixa oferece boas proteções contra a montanha-russa da inflação; confira

04 out 2022, 12:12 - atualizado em 04 out 2022, 12:12
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“População sente no bolso os impactos da desvalorização do seu dinheiro no supermercado e nas demais contas no final do mês”, diz Helio Pio (Imagem: Towfiqu barbhuiya/Unsplash)

Por Helio Pio*

A inflação no Brasil tem tirado o sono do governo e de boa parte da população. Ao mesmo tempo em que os governantes pensam em estimular a economia, também tentam controlar a disparada dos preços com a rédea curta da taxa de juros.

Já a população sente no bolso os impactos da desvalorização do seu dinheiro no supermercado e nas demais contas no final do mês.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 4,39% no primeiro semestre de 2022 . E, na sequência, tivemos os meses de julho e agosto com deflação de -0,68% (a maior deflação mensal da série histórica desde janeiro de 1980) e -0,36%, respectivamente. A queda do índice nesses dois meses foi provocada, principalmente, por três fatores:

i. O corte do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);
ii. A queda no valor dos combustíveis e energia;
iii. E o aumento dos juros, que diminui a oferta de crédito e, portanto, freia o consumo.

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(Fonte: IBGE/ Elaboração: Devant)

Mas vale ressaltar que o problema da alta da inflação não é algo que preocupa apenas o governo e o povo brasileiro. Ao olharmos as economias desenvolvidas, como os Estados Unidos, observamos que a inflação acumulada de julho de 2021 a julho de 2022 é de 8,50%. No Reino Unido, ela atingiu 10,10%, enquanto na Alemanha chegou a 8,50% no mesmo período.

Não cabe e nem vale entrar no mérito de incluir na comparação a Argentina, a Venezuela e outros países nos quais há hiperinflação crônica e economias em desgoverno. A principal medida dos governos para tentar frear o ímpeto da inflação é o aumento de juros, a mais tradicional e melhor ferramenta de aperto monetário.

Renda fixa indexada à Selic e ao IPCA são boas proteções

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“É mais do que natural que os investidores busquem um porto mais seguro para proteger os seus investimentos e surfar as rentabilidades de títulos atrelados à Selic e à inflação”, explica Pio (Imagem: Divulgação/ Devant)

No Brasil, a Selic saiu de 2% a.a. em fevereiro de 2021 para os atuais 13,75% a.a. e o mesmo caminho está sendo trilhado por diversos outros países mundo afora.

No momento, nós investidores e consumidores só temos um caminho a seguir: olhar para as nossas economias e ajustá-las da melhor forma possível de modo a nos beneficiar da disparada da inflação e do aumento da Selic – evitando perdas patrimoniais desnecessárias.

Os produtos financeiros indexados à Selic e/ou ao IPCA são excelentes alternativas para investir, pois evitam a temível perda do poder de compra.

Fundos de renda fixa e crédito, com as carteiras bem diversificadas por empresas e setores da economia, ativos indexados ao IPCA com proteção contra deflação, oferecidos por gestoras com baixíssimo histórico ou nenhum evento de “default” (e que ao longo do tempo tenham entregado aos cotistas as rentabilidades almejadas), são o primeiro passo para investir com segurança.

Diversificar carteira é essencial

A diversificação por empresas é algo que se deve levar muito em consideração no momento da escolha. Carteiras que têm posições muito concentradas em poucas empresas ou em algum setor específico representam exposição a um risco mais elevado.

Caso haja problema com essas empresas, um percentual grande dos seus recursos estará, automaticamente, em risco. Por isso, a Devant busca não ter nenhuma posição superior a 5% em uma determinada companhia em nossos fundos. A mesma lógica de diversificação vale por setores da economia e regiões do Brasil.

Olhando adiante, o mercado financeiro passou a estimar um IPCA abaixo de 7% em 2022 e vem reduzindo as projeções para a inflação para 2023. Para este ano, a expectativa do índice caiu de 7,02% para 6,82%. Já a estimativa para 2023 foi reduzida de 5,38% para 5,33%.

Embora as previsões para a inflação estejam sendo revisitadas e reduzidas, ainda se encontram muito acima das metas estabelecidas pelo Banco Central – de 3,50% para 2022 e de 3,25% para 2023 (com margem de tolerância de menos ou mais 1,5 ponto percentual).

Com a atual taxa Selic em 13,75% a.a. e o mercado prevendo que a taxa se mantenha nesse patamar ao longo de 2022 e fique em 11% a.a. em 2023, além da volatilidade decorrente do período pré-eleitoral, no curto prazo, é mais do que natural que os investidores busquem um porto mais seguro para proteger os seus investimentos e surfar as rentabilidades de títulos atrelados à Selic e à inflação.

Para essa finalidade, os ativos de renda fixa e crédito continuam sendo uma excelente opção de investimento, tanto pela rentabilidade, quanto pelo menor risco representados por esses ativos.

*Helio Pio é sócio e RI da Devant Asset.

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Helio Pio é sócio da Devant Asset. Com mais de 19 anos de experiência no mercado financeiro, iniciou sua carreira na mesa de operações da Investshop Corretora, do Banco Bozano Simonsen. Em seguida, tornou-se sócio e head das mesas de operações da Ágora Corretora. Após a aquisição da Ágora pelo Banco Bradesco de Investimentos, foi head das áreas de Distribuidores Externos (Agentes Autônomos), Educação e Comercial nas corretoras Ágora e Bradesco Corretora. Na Órama Investimentos, foi sócio e atuou na criação do modelo de parcerias com assets, gestores de carteiras administradas, consultores CVM, financeiras, DTVMs e agentes autônomos. É formado em Marketing, com especializações em Advanced Corporate Finance pelo New York Institute of Finance e Digital Marketing pela Harvard Business School.
Helio Pio é sócio da Devant Asset. Com mais de 19 anos de experiência no mercado financeiro, iniciou sua carreira na mesa de operações da Investshop Corretora, do Banco Bozano Simonsen. Em seguida, tornou-se sócio e head das mesas de operações da Ágora Corretora. Após a aquisição da Ágora pelo Banco Bradesco de Investimentos, foi head das áreas de Distribuidores Externos (Agentes Autônomos), Educação e Comercial nas corretoras Ágora e Bradesco Corretora. Na Órama Investimentos, foi sócio e atuou na criação do modelo de parcerias com assets, gestores de carteiras administradas, consultores CVM, financeiras, DTVMs e agentes autônomos. É formado em Marketing, com especializações em Advanced Corporate Finance pelo New York Institute of Finance e Digital Marketing pela Harvard Business School.
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