Política

Repasse de crédito para pequenas empresas aumenta 15,5% em julho

07 jul 2020, 18:14 - atualizado em 07 jul 2020, 18:15
Crédito
No total, esses programas disponibilizaram R$ 66 bilhões; mas até o dia 6 de julho, haviam sido liberados R$ 9,71 bilhões (Imagem: Marco Nascimento/Agência Pará)

Em apenas seis dias no mês de julho, o crédito dos programas do governo para as micro e pequenas empresas afetadas pela pandemia atingiu R$ 5,2 bilhões, um total 15,5% maior que o emprestado entre abril e junho.

O governo comemorou o resultado nesta terça-feira (7) em reunião da comissão mista que acompanha as ações econômicas de combate à pandemia, mas foi cobrado sobre a necessidade de dar mais capilaridade aos repasses.

O secretário de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, apresentou o “emprestômetro”, página do portal do empreendedor que divulgará em tempo real os empréstimos feitos com o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe); com o Fundo de Aval das Micro e Pequenas Empresas; e com o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese).

No total, esses programas disponibilizaram R$ 66 bilhões; mas até o dia 6 de julho, haviam sido liberados R$ 9,71 bilhões.

Com os resultados dos últimos dias, o secretário chegou a dizer que o Brasil poderia liderar o processo de ajuda às empresas em escala mundial.

“Nós podemos ser o primeiro país a resolver o problema de crédito no mundo, porque nos Estados Unidos, por exemplo, menos de 10% do crédito liberado pelo governo chegou na ponta. No Reino Unido, menos de 20%”, ressaltou.

Carlos da Costa explicou ainda que o Pronampe passou a liderar os empréstimos depois que o governo prometeu garantir a maior parte do risco dos bancos. Ele avalia também que as mudanças feitas pelo Congresso no programa de suporte a empregos devem incentivar novas adesões.

Atraso

A senadora Kátia Abreu (PP-TO) criticou a demora do governo em sancionar as leis aprovadas para ajuda às empresas e editar a sua regulamentação.

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) também disse que muitas empresas não sobreviveram a essa espera. “As micro e pequenas empresas que não quebrarem agora poderão ficar muito endividadas.

Eu acho que o programa erra a partir do momento em que passa a responsabilidade para o sistema financeiro. Nós conhecemos o sistema financeiro brasileiro, ele não tem disposição para o risco”alertou. Para Lopes, o ideal teria sido o governo federal assumir o salário dos trabalhadores das micro e pequenas empresas.

“Talvez usasse até menos recursos”, afirmou.

Dificuldades

Para o presidente da Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e dos Empreendedores Individuais, Ercílio Santinoni, o governo deveria ter atuado mais junto com os sistemas de crédito que são acostumados a lidar com os pequenos empresários.

Segundo ele, muitos desses empresários trabalham com suas contas bancárias pessoais e nunca haviam precisado de empréstimo para a empresa até a pandemia:

Diretor-superintendente do Banco do Empreendedor, Luiz Carlos Floriani, também destacou a necessidade de oferecer orientação para esses empresários.

“O sistema financeiro tradicional não está preparado para chegar na microempresa e no microempreendedor individual (MEI). Eles não têm essa estrutura, até porque eles precisam não só de recursos, eles precisam de orientação. ”

Ênio Meinem, da Organização das Cooperativas de Crédito, disse que o sistema aumentou em 30% o seu crédito entre abril e junho deste ano em relação ao mesmo período de 2019.

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