Republicanos hesitantes travam votação na Câmara e ameaçam projeto de corte de impostos de Trump

Deputados republicanos hesitantes travaram nesta quarta-feira a votação final do projeto de lei de cortes de impostos e gastos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Depois de idas e vindas, em tentativa de votação que entrou na madrugada desta quinta-feira, o “grande, lindo projeto de lei” de Trump segue ameaçado por seus partidários.
Os republicanos são maioria na Câmara, com 220 deputados contra 212 democratas. Mas o projeto de trumpista encontra resistência em cinco partidários, que é o suficiente para derrubar a matéria caso não sejam dissuadidos.
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“Maiores cortes de impostos da história e uma economia em crescimento vs. Maior aumento de impostos da história e uma economia fracassada. Do que os republicanos estão esperando??? O que vocês estão tentando provar??? O MAGA NÃO ESTÁ FELIZ, E ISSO ESTÁ CUSTANDO VOTOS A VOCÊS,” escreveu Trump em sua rede social enquanto a noite de quarta-feira dava lugar à manhã de quinta.
Trump está pressionando os legisladores a lhe entregarem o projeto aprovado até o feriado da Independência em 4 de julho. Qualquer mudança feita pela Câmara exigiria uma nova votação no Senado, o que tornaria praticamente impossível sancionar o projeto até esta sexta-feira.
Aumento da dívida
O Senado aprovou a legislação — que, segundo analistas apartidários, adicionará US$ 3,4 trilhões à dívida nacional de US$ 36,2 trilhões na próxima década — pela margem mais estreita possível na terça-feira, após intensos debates sobre o alto custo do projeto e os cortes de US$ 900 milhões no programa de saúde Medicaid para americanos de baixa renda.
Os democratas da Câmara estão unidos na oposição ao projeto, dizendo que os cortes de impostos beneficiam desproporcionalmente os mais ricos, ao mesmo tempo que reduzem serviços dos quais dependem americanos de baixa e média renda. O Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), uma entidade apartidária, estimou que quase 12 milhões de pessoas poderiam perder o seguro de saúde como resultado da proposta.
“Este projeto é catastrófico. Isso não é política, é punição,” disse o deputado democrata Jim McGovern durante o debate no plenário da Câmara.
A legislação contém a maior parte das principais prioridades domésticas de Trump, desde cortes de impostos até aplicação de leis de imigração.
O projeto estenderia os cortes de impostos de Trump de 2017, reduziria programas de segurança alimentar e de saúde, financiaria a repressão à imigração promovida por Trump e eliminaria diversos incentivos à energia verde. Também inclui um aumento de US$ 5 trilhões no teto da dívida nacional — algo que o Congresso precisará resolver nos próximos meses para evitar um calote devastador.
Os cortes no Medicaid também geraram preocupações entre alguns republicanos, levando o Senado a destinar mais recursos para hospitais em áreas rurais.
Com informações Reuters