Ressaca pós-Super Quarta: O que esperar do Ibovespa nesta quinta-feira (11)
Ontem (10) foi dia de mais uma “Super Quarta”, a última de 2025, com as decisões do Federal Reserve (Banco Central dos EUA) e do Comitê de Política Monetária (Copom) aqui no Brasil sobre juros.
Lá nos Estados Unidos, a autoridade monetária cortou a taxa básica em 0,25 ponto percentual (p.p.), levando o intervalo para 3,50% a 3,75% ao ano.
O movimento já era amplamente esperado: antes da divulgação, 89% das apostas indicavam justamente um afrouxamento dessa magnitude, segundo o CME FedWatch Tool.
Apesar de a decisão não ter sido unânime, em comunicado, o Federal Reserve destacou que os indicadores disponíveis sugerem que a atividade econômica norte-americana tem se expandido em ritmo moderado.
Além disso, o gráfico de pontos do Fed também revelou divergências entre os dirigentes sobre 2026: quatro membros enxergam os juros entre 3,50% e 3,75% — portanto, sem cortes —, outros quatro veem a taxa entre 3,25% e 3,50%, enquanto mais quatro projetam um intervalo de 3% a 3,25%.
Em coletiva de imprensa após a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), o presidente Jerome Powell reforçou que segue comprometido com dois pontos: máximo emprego e inflação estável.
No entanto, ele reconheceu que a tarefa ficou mais desafiadora: a inflação dos Estados Unidos continua acima da meta de 2% e o mercado de trabalho vem perdendo força.
Mercado brasileiro
No Brasil, o Copom manteve a Selic em 15% ao ano, em decisão unânime e alinhada às expectativas. O colegiado afastou a possibilidade de início dos cortes já em janeiro de 2026 e voltou a indicar que a política monetária deve permanecer “significativamente contracionista” por um período prolongado.
No comunicado, os diretores do Banco Central citaram expectativas de inflação desancoradas, projeções elevadas, atividade ainda resiliente e pressões no mercado de trabalho.
Na avaliação de Matheus Spiess, estrategista da Empiricus Research, o tom duro foi mantido em relação ao encontro de novembro.
Com isso, o Ibovespa (IBOV) deve enfrentar uma quinta-feira (11) de “ressaca”, segundo Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital.
“Podemos ver um movimento de realização, já que o pregão de ontem (10) foi positivo também por causa do ambiente externo”, afirmou.
A percepção também é compartilhada por Bruno Perri, economista-chefe e sócio-fundador da Forum Investimentos. “A bolsa deve sentir um pouco como repercussão desse comunicado mais duro.”
- Ibovespa: No último pregão (10), o Ibovespa (IBOV) encerrou com alta de 0,69%, aos 159.074,97 pontos
- Já o dólar à vista (USBRL) terminou as negociações a R$ 5,4686, com avanço de 0,60%
- O iShares MSCI Brazil (EWZ) — principal ETF brasileiro negociado em Nova York — recua 0,55% no pré-market, cotado a US$ 32,77
Mercados internacionais
As bolsas asiáticas encerraram o pregão em queda, enquanto os principais índices europeus operam em alta. Os futuros de Nova York recuam.
- Petróleo: Os preços do petróleo caem nesta manhã
- Criptomoedas: O bitcoin (BTC) recua 2,9% nas últimas 24 horas, negociado em torno de US$ 90,2 mil. O ethereum (ETH) cai 4,5% no mesmo intervalo, cotado a US$ 3,2 mil
Agenda: Veja a programação para hoje (11)
Indicadores
- 9h – Brasil – Vendas no varejo
- 10h30 – EUA – Pedidos semanais de seguro desemprego
- 10h30 – EUA – Balança comercial
Lula
- 8h – Partida para Belo Horizonte
- 9h – Chegada a Belo Horizonte
- 10h40 – Visita e cerimônia de inauguração do Centro de Radioterapia do Hospital Nossa Senhora das Dores
- 14h15 – Visita a estandes de Ministérios e cerimônia de abertura da Caravana Federativa
- 17h45 – Partida para Brasília
- 18h45 – Chegada a Brasília
Fernando Haddad
- A agenda do ministro não foi divulgada
Gabriel Galípolo
- Despachos internos em São Paulo
Morning Times: Confira os mercados nesta manhã
Bolsas asiáticas
- Tóquio/Nikkei: -0,90%
- Hong Kong/Hang Seng: -0,04%
- China/Xangai: -0,70%
Bolsas europeias (mercado aberto)
- Londres/FTSE100: +0,09%
- Frankfurt/DAX: +0,02%
- Paris/CAC 40: +0,34%
Wall Street (mercado futuro)
- Nasdaq: -0,78%
- S&P 500: -0,57%
- Dow Jones: -0,21%
Commodities
- Petróleo/Brent: -1,24%, a US$ 61,44 o barril
- Petróleo/WTI: -1,23%, a US$ 57,74 barril
Criptomoedas
- Bitcoin (BTC): -2,9%, a US$ 90.296
- Ethereum (ETH): -4,5%, a US$ 3.200