Resultados da Vale (VALE3) animam o mercado e reforçam potencial de dividendos de dois dígitos, avalia analista
A temporada de resultados corporativos no terceiro trimestre de 2025 (3T25) segue movimentando o mercado nesta sexta-feira (31). Entre os principais papéis do Ibovespa (IBOV), a Vale (VALE3) é um dos destaques do dia.
No Giro do Mercado de hoje, a jornalista Paula Comassetto recebeu Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, que destacou que o momento positivo para a mineradora já vem se consolidando há algumas semanas.
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“Tivemos um relatório de produção positivo, que já apontava para resultados favoráveis, e isso se confirmou com a divulgação do resultado de ontem”, afirmou Hungria.
O analista destacou o aumento de receita e de Ebitda no 3T25, sustentados pela produção maior e uma estratégia de comercialização que favoreceu os prêmios de negociação.
Ele ressaltou ainda o bom desempenho da divisão Vale Base Metals (VBM), especialmente em cobre e níquel.
“Vimos uma surpresa bem relevante no segmento da VBM. O Ebitda mais que dobrou e a receita aumentou mais de 20%. A companhia aproveitou para reduzir o guidance em US$ 500 por tonelada para cobre, o que é uma redução relevante”, disse.
Hungria avaliou que, se a Vale conseguir “acertar a mão” nessa divisão, voltada à produção de metais estratégicos para carros elétricos e baterias, a empresa pode alcançar múltiplos de mercado mais altos.
Sobre dividendos, o analista afirmou que, embora o mercado ainda não espere pagamentos extraordinários no curto prazo devido a obrigações com Brumadinho e Mariana, a melhora de resultados e o fluxo de caixa mais forte abrem espaço para retornos mais robustos.
“Tudo indica que a Vale vai ter uma melhor capacidade para pagamento de dividendos extraordinários. Juntando ordinários e extraordinários, podemos estar falando de um dividendo que pode chegar à casa dos dois dígitos, cerca de 10% ou 11%”, afirmou Hungria.
O especialista também avaliou os números da Telefônica (VIVT3) no 3T25. Hungria considera que a companhia demonstrou evolução em vários segmentos, portanto a queda das ações hoje (recuam mais de 4%), não são justificadas pelo resultado.
“A Vivo subiu bem nas últimas semanas, então parte dessa queda é realização.”
Já sobre a Gerdau (GGBR4), o analista avaliou que o resultado do trimestre veio em linha com o esperado, com fragilidade nas operações brasileiras compensada pelo desempenho sólido nos Estados Unidos.
O analista destacou que o fluxo de caixa melhorou e que a companhia segue com programa de recompra e pagamento de dividendos.
Hungria considera que a temporada está em um momento neutro. Segundo ele, as atenções do mercado se voltam agora para o setor de varejo, que tende a ser mais sensível à taxa Selic e às condições de crédito.
“Por enquanto, a gente está num terreno neutro. Algumas empresas vêm um pouco acima, outras um pouco abaixo, mas nenhuma grande surpresa até agora”, disse.
O programa ainda abordou o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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