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Retomada da China deve permitir novo foco em dívida, diz UBS

25 nov 2020, 8:30 - atualizado em 25 nov 2020, 8:31
UBS Bancos
O UBS projeta aumento entre 11% e 12% das exportações em um cenário de distribuição de vacinas contra o coronavírus (Imagem: Reuters/Arnd Wiegmann)

O UBS prevê que a economia da China crescerá 8,2% no próximo ano com a recuperação do consumo doméstico após o impacto da pandemia e contínuo aumento das exportações. Segundo o banco, isso deve permitir que o governo de Pequim renove o foco na redução de dívidas de risco.

O consumo deve aumentar 10% em 2021 puxado pelos serviços ao consumidor, como alimentação e viagens, disseram economistas do banco na quarta-feira em relatório

O UBS projeta aumento entre 11% e 12% das exportações em um cenário de distribuição de vacinas contra o coronavírus e retomada da atividade econômica global, acrescentaram.

Com o crescimento mais rápido na China, autoridades em Pequim devem retomar tentativas de estabilizar os níveis gerais de dívida na segunda maior economia do mundo.

Essa perspectiva aumenta o risco de volatilidade de curto prazo, pois empresas enfrentariam maiores pressões de financiamento, de acordo com o UBS.

Neste ano, pagamentos não efetuados de dívida somam 100 bilhões de yuans (US$ 15,2 bilhões), com recentes defaults inesperados de uma série de estatais, o que aumenta o estresse nos mercados de dívida.

Com o esperado aperto das condições de financiamento para empresas e a redução dos déficits do governo, a relação dívida/PIB deve cair 2% em 2021, após aumento de 25% neste ano, disse o UBS.

No entanto, “há risco de uma retirada turbulenta das políticas e eventos de crédito”, escreveram os economistas, observando que defaults e empréstimos duvidosos podem aumentar.

Com o esperado aperto das condições de financiamento para empresas e a redução dos déficits do governo, a relação dívida/PIB deve cair 2% em 2021, após aumento de 25% neste ano, disse o UBS (Imagem: REUTERS/Arnd Wiegmann)

Na terça-feira, o premier chinês Li Keqiang disse que a China deve retornar a uma faixa “adequada” de desenvolvimento econômico no próximo ano, sem dar uma previsão.

Ángel Gurria, secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, disse na mesma conferência que a economia da China pode se expandir cerca de 8% em 2021. O número é semelhante à previsão mediana de 8,1% de economistas consultados pela Bloomberg.

bloomberg@moneytimes.com.br